segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rebrasilificando-me

Oi pessoal! Desculpe ter deixado vocês na mão e não ter mais escrito no blog. Estava uma loucura aqui em casa. Acabei de voltar para o Brasil. Está muito legal e, ao mesmo tempo, muito frio. Que pena que aqui não tem calefação :-(
 Mesmo estando no Brasil, vou voltar a escrever sobre a Canadá. Começarei com este post. Vou falar das coisas estranhas e diferentes do Canadá que eu nem me dava conta quando estava lá, mas que estou me dando conta agora que voltei para a nossa bagunça brasileira.

Uma coisa que eu nunca tinha notado é como tem pouco congestionamento de trânsito no Canadá, mesmo nas rodovias mais movimentadas. Lá a maior fila que eu me lembro de pegar durou 15 minutos. O mais estranho é que eu estava tão acostuma com os hábitos canadenses que achei aquela fila muito longa. Quando voltei ao Brasil e peguei uma fila de verdade, quase explodi de tão comprida. Eu tenho que pegar fila quase todo dia quando volto da aula.

Isso me fez perceber como as coisas, literalmente, fluem lá no Canadá. Eu realmente não entendo qual é o problema, por que lá funciona e aqui não. Sei que, no total, o Canadá tem bem menos habitantes (1/5) do que o Brasil, até por conta do frio extremo. Mas, mesmo assim, cidades como Toronto, Québec e Montreal são cidades grandes. Toronto tem uma população bem maior (6 vezes) do que a minha cidade no Brasil. Então, realmente não entendo por que tudo flui lá e aqui não!

domingo, 24 de julho de 2011

Órgão Splash



Hoje eu fui no museu de ciência. No jardim tinha um tubo com buraquinhos de onde saia água. Se eu tampasse um buraquinho, um dos sons de um órgão gigante que fica em frente ao cano era emitido. Como tinha dezenas de buraquinhos, dava para tocar uma música ali.
Achei muito legal e criativo. O problema é que fiquei encharcada. Isso até me lembrou o balancinho de Montreal
Eu adorei!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Loja de arte da Sophia

Ontem o meu pai me deu uma ideia para ganhar 30 dólares, vendendo as molduras que tinham sobrado de uma exposição que ele fez. Ele sugeriu cobrar 5 dólares cada uma e disse que o dinheiro seria 100% meu. Quando contei a minha mãe a ideia, ela sugeriu que eu colocasse os meus desenhos nas molduras, vendendo as molduras com desenhos e outros desenhos sem moldura. 


Sábado de manhã montei essa garage sale com a ajuda dos meus pais. Fomos para a esquina da rua do meu prédio e colocamos os quadros pequenos enfileirados embaixo da vitrine do banco que fica ali. O desenho grande que fiz, coloquei atrás da cadeira onde fiquei desenhando.

No começo, recebi dois elogios. Depois chegou uma mulher que gostou muito e perguntou se eu tinha desenhos de cachorros – as pessoas de Toronto amam cachorros. Eu disse que não, mas que podia fazer ali mesmo. Ela me mostrou uma foto dos dois cachorrinhos dela, eles estavam usando tiaras de chifres de renas de papai Noel no dia de Natal, bem engraçado. Daí ela foi comprar um café e disse que voltaria em meia hora para pegar o desenho emoldurado. Peguei o celular e liguei para o meu pai trazer meu kit de aquarela e água. Fiz o desenho rapidinho, deixei para secar e coloquei na moldura com a ajuda do meu pai. Quando ela voltou, adorou a pintura e me pagou os 5 dólares.

Daí uma das nossas vizinhas e o dono do apartamento onde moramos apareceram. Os dois gostaram muito do meu trabalho. A vizinha comprou o desenho de uma garota cantando sozinha no quarto. Ela não levou o quadro, mas disse que voltaria logo para pegar. O proprietário do nosso apartamento também disse que ia voltar mais tarde para escolher um quadro.

Daí, apesar de já ter vendido dois quadros, comecei a ficar triste. Ninguém tinha ao menos elogiado o meu desenho favorito, da personagem Maria Sangrenta dentro do espelho. Essa é a minha terceira versão dessa imagem. Eu gosto muito dela, pois tem tensão, provoca medo. Eu fiz todo o desenho na noite anterior à exposição, quando tive insônia, usando lápis e a técnica de esfumato. Essa manhã dei os últimos retoque naquela que considero a minha melhor obra: Maria Sangrenta no espelho.

Bem, a minha tristeza não durou muito. Logo apareceu uma garota com estilo gótico, com pírcingue e tudo. Ela gostou de um dos meu trabalhos mais terroríficos, que tem uma vampira. Comentei com ela que também fazia trabalhos por encomenda e ela me pediu um desenho mais terrorífico ainda, dizendo que ia voltar logo depois de fazer o cabelo no salão. Comecei logo a trabalhar em um desenho de uma vampira usando roupa azul escuro, sufocando uma garota de camisola vermelha e sugando o sangue da menina. A cena acontecia num quarto com a janela aberta, a cortina se movendo ao vento e aparecendo uma bela vista do céu com lua cheia. Mas a garota gótica demorou a voltar para pegar.

Foi então que resolvi selecionar outras obras do meu bloco para colocar à venda. Uma mostrava uma mão tirando foto de 5 garotas que estavam ao redora de de um casal, num banco, tendo ao fundo um orfanato enorme sustentado por pilastras de madeira, apoiadas numa cachoeira.

Meia hora, ou talvez uma hora depois, a gótica voltou. Ela disse que não queria a moldura, apenas a pintura. Daí pensei que iria lucrar menos, pois achei que ela me pagaria apenas 2 dólar pela obra sem moldura. Quando ela estava pegando a pintura, viu a obra do orfanato e pediu para eu colocar aquela na moldura porque queria levá-la também. Melhor ainda, ela quis me pagar 10 dólares pelas duas obras, mesmo estando uma sem moldura!

Depois o dia ficou meio lento. Já eram 2 hs. da tarde e eu estava ali desde às 11 da manhã. Então, o dono do nosso apartamento voltou para comprar uma obra. Ele me pediu para contar a história de cada uma das obras. Os que não tinha história, eu inventei uma na hora mesmo. Daí ele escolheu exatamente a obra que a vizinha já tinha comprado, apesar de não ter levado! Eu tive que explicar isso e ele fez uma cara de surpreso. Mas ele escolheu outra obra, de uma garota loira deitada em uma colina, tendo um lago de um lado e um pôr do sol do outro. Ele me perguntou quanto era e eu disse 5 dólares. Mas ele quis me pagar 20 por ter gostado muito do trabalho. Legal!

Total das vendas: 45 dólares! 

Acho bem legal que as pessoas em Toronto costumam vender as coisas que não querem mais na garagem ou na frente de suas casas aos sábados. Você pode encontrar de tudo numa garage sale! Assim, as coisas são reutilizadas e reaproveitadas por outros. Eu nunca vi isso no Brasil e acho que poderia ter, não acham?

domingo, 3 de julho de 2011

Piscinas em Toronto

Para mudar um pouco, resolvi fazer um video-post! Conto como são as piscinas públicas aqui em Toronto, como elas são acessíveis aos cadeirantes... e muito mais.
Vejam!

sábado, 2 de julho de 2011

Último dia de aula

Hoje [quer dizer, dia 29 de junho, pois escrevi este post e esqueci de publicar no dia] foi o meu último dia de aula. Fiz e dei cartões de agradecimento para as minhas professoras de ciências e a de literatura. As duas adoraram! Também fiz cartões para as garotas da turma que eu mais gostei de conhecer. Em todos, coloquei o meu e-mail e espero manter contato com elas depois que eu voltar para o Brasil.
O que mais me surpreendeu no dia de hoje foi que, como os alunos do sexto ano estão se formando e muitos não vão mais se ver, houve uma seção de abraços. Todos se abraçando, chorando e dizendo que irão sentir saudades. Imaginem, a turma gastou um a caixa inteirinha de lencinhos de papel! Depois, fizemos uma grande fila para ir embora, mas quando chegamos no andar de baixo a professora ficou braba, pois muitos se atrasaram porque ficaram ocupados com os abraços de despedida.  No final, ficou tudo bem.
Não vejo esse sentimentalismo na minha escola do Brasil, mesmo no fim do ano. Lá é mais uma festança mesmo. Mas achei muito legal todo esse sentimentalismo. Principalmente porque abracei muito a minha professora de ciências e, pela primeira vez, tive a chance de abraçar os meus colegas. Foi um momento bem diferente dos que eu vivi no começo do ano - como comentei no post Termômetro emocional. Lembram?


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Volta da escola


Ontem meu pai me disse que ele achava que eu podia voltar da aula sozinha, já que a escola é tão pertinho de casa. Aqui, todos precisam estudar na escola que fica mais perto da sua casa. A minha, por exemplo, fica a 800 metros de casa. Além disso, Toronto é uma cidade muito segura e, na hora de entrada e saída da escola, guardinhas ficam nas esquinas para ter certeza que os carros vão respeitar os pedestres. Todo mundo da minha sala volta sozinho. Mesmo assim, eu ri da pergunta do meu pai, pois só faltam 4 dias para acabar as aulas! Depois, eu aceitei. :-)

Na ida para a escola, minha mãe me deu o celular (que é meu, mas geralmente fica em casa com ela já que não é permitido usar na escola) para eu poder ligar caso acontecesse alguma coisa na volta. Ela repetiu o velho discurso do sempre: atrevesse na faixa, não fale com estranhos, não saia da rota, etc.
A volta foi tranquila, mas saí um pouco atrasada da escola. A minha lancheira tinha ficado presa num gancho da mochila e eu tive que pedir ajuda para muita gente até encontrar alguém que conseguisse desprender. Depois liguei para o meu pai para avisar que me atrasaria. Daí fui para casa emocionada, com muito orgulho e sensação de maturidade. Continuei com o celular na mão durante todo o caminho. Fui tirando fotos minhas para botar como papel de parede do celular. Pouco antes de chegar em casa, começou a chover. Mas tudo bem, foi só pegar o guarda-chuva na mochila.

Continuo até agora com essa maravilhosa sensação de maturidade. Quero sentir isso sempre!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bate-Bate splash

Ontem eu fui ao Ontario Place, um parque que fica numa pequena ilha do lago Ontário. Lá tinha de tudo: brinquedos para bebês, cinema 4D, cinema IMAX 3D, tobogãs, passeio de barquinho... 
Mas o meu brinquedo favorito foi uma espécie de carrinho bate-bate splash, carrinho de choque na água. Os carrinhos são jet skies que ficam dentro de bóias gigantes e coloridas, para amortecer as batidas. O mais legal desse brinquedo é que, dependendo do modo como o seu jet sky bate no dos outros, você molha os outros e se molha também. Eu gostei tanto que acabei indo nele quatro vezes. Na primeira eu molhei os meus pais - rsrsrsrsrs. Nas outras três vezes, peguei um jet sky mais lento e tomei um banho. Mas não faz mal. O mais legal é rir de si mesmo se molhando com a água gelada. Principalmente porque o verão está chegando amanhã!!!