quarta-feira, 30 de março de 2011

Quer saber o que eu tenho na cabeça?

Oi gente. Estou com uma dor de cabeça...
Ah! Isso me fez lembrar de um trabalho de escola que eu fiz aqui no Canadá. Foi no primeiro dia de aula. A minha professora pediu para eu ficar em pé, de perfil, em frente ao projetor de imagens. A minha sombra era projetada num papel branco, colado na parede. A professora contornou a minha sombra no papel, depois me entregou o papel. A atividade era recortar a forma da sombra, pintar, fazer desenhos e escrever as coisas que você mais gosta, ou seja, as coisas que você sempre tem na cabeça. No final do vídeo abaixo, vocês podem ver este trabalho. 

Na verdade, fiz este vídeo para a Ariane - visitante diária deste blog - poder ver como é a minha sala de aula aqui.




O que achou, Ariane?

Eu acho a sala bem diferente das salas no Brasil. Também é mais bagunçada e tumultuada. Mas é muito divertida. Na época em que estava nevando, a vista através das janelas era linda! Muitas vezes eu via esquilos pulando entre os telhados das casas. 
It`s so cute!!! 
(Eles são tão fofinhos!!!)

terça-feira, 29 de março de 2011

Atchim!!!


Hoje eu não fui para a aula porque estou com um insignificante resfriado! Vocês já vão entender porque.
Ontem entrou uma poeirinha no meu nariz e eu espirrei na sala de aula. Todos os meus colegas olharam assustados. "Você esta bem?" - eles diziam, achando que eu estava doente. Se você tossir aqui, espirrar ou tiver uma febre baixa, todos já acham que você está super doente e que precisa ficar em casa até estar 100% bem. Eles são muito exagerados. No Brasil, você espirra e ninguém reclama, só comenta que você pode estar pegando uma gripe.   
Que exagerado!!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Escadaria de chá

Estou com tanta fome que vou contar como é o "lanche" aqui - lanche entre aspas, porque é na hora do almoço, já que a aula começa às 8:55 e termina às 3:35 hs.
A minha escola tem um refeitório enorme que fica cheio de gente na hora do almoço. A maioria das mesas tem só meninas, ou só meninos. As meninas são bem patricinhas, ficam só falando de música e fazendo ti-ti-ti e não-me-toque. Os garotos ficam batendo com as garrafas de refrigerante na mesa e fazendo concurso de arroto. Na minha escola do Brasil não é assim. Meninos e meninas se dão muito bem e não se comportam tão diferente. Lá, eu tenho tanto amigos meninos quanto meninas.
Voltando ao refeitório... a maioria das pessoas de uma mesa troca sobremesas. Se uma menina tem vários doces razoavelmente bons e a outra tem um bolinho delicioso, elas trocam: uma dá um pedaço pequeno de bolinho e a outra dá dois terços dos seus doces. Ou seja, quem tem a coisa mais gostosa dá menos do seu. Mas quando uma mãe manda um pote cheio de coisas gostosas, a garota abre e pensa: o que eu vou fazer com tudo isso? Ela acaba distribuindo para as outras garotas da mesa, sem troca. Já participei disso. Já ganhei chicletes e biscoitos - apesar da regra da escola dizer que não pode levar chiclete.
Muitas garotas levam uma maçã para o lanche, dão apenas uma mordida e jogam o resto no lixo. Eu acho isso um desperdício duplo, porque é um alimento indo para o lixo sem ser comido e porque frutas, legumes e vegetais são caríssimos aqui no Canadá. Quando sobra outro tipo de alimento (tipo arroz, macarrão ou frango), as pessoas não podem colocar no lixo. Tem até crianças que ficam ao lado do lixo fiscalizando, para ver se os outros estão separando o lixo reciclado e para não deixar colocar comida fora. Essa fiscalização também é um tipo de trabalho voluntário e eu já me inscrevi para fazer! 
Tem outra coisa legal do lanche daqui: na última sexta-feira de TODOS os meses, temos o Pizza Lunch. Isso quer dizer pizza no almoço. Você paga 5 dólares uns dias antes e, na hora do lanche, eles te dão três pedaços de pizza e você pode se servir de minicenouras a vontade.

 
Piada do dia:
Hoje eu tive educação física. Quando eu estava descendo a escada para o ginásio, a minha lancheira escorregou da minha mão e rolou escada abaixo. Dentro dela tinha uma garrafa com um restinho de chá que se espalhou pela escada toda. Depois de a minha lancheira rolar uns 7 degraus, eu desci correndo para pegar. Por engano, pisei na lancheira e ela rolou mais 3 degraus, até o fim da escada. Resultado: todas as minhas 5 bolachas recheadas ficaram rachadas, a lancheira ficou cheia de chá e o chá ficou derramado pela escada.

sábado, 26 de março de 2011

Mesaniversário grego

Hoje faz um mês que este blog existe. Feliz mesaniversário para o Imersão no Canadá!!!!!

Para comemorar, eu e meus pais fomos ao bairro grego de Toronto, já que aqui vários países têm bairro próprio, para os imigrantes poderem se sentir mais "em casa".
Os postes do bairro eram assim.
Depois de caminhar muito,  tomando um sol gostoso,  num dia lindo... decidimos entrar em um restaurante chamado ASTORIA (se vocês quiserem ver, este é o site deles). Ele ganhou o prêmio de melhor restaurante grego de Toronto. Ele é muito bonito e a comida DELICIOSA. E o melhor: a carne estava quase tão boa quanto a carne que comemos no Brasil! Depois de comermos, vi o garçom trazer (e preparar) um prato de queijo que tinha que ser flambado na mesa. Ele colocou uma bebida no queijo, fogo e um pouco de suco de limão no final, daí o fogo até aumentou. Parecia mágica! Será que é bom?
No final, fomos a uma sorveteria onde eu comi um belo sorvete de chocolate e de morango com pedaços de chocolate dentro. Compramos um bocado de queijo grego. O passeio foi extremamente maravilhoso :-)

Voltando a falar sobre o mesaniversário do blog, eu vou dar um presente a vocês já que vocês tornaram o meu blog importante para mim:

O que vocês querem que eu conte sobre como é viver aqui em Toronto? E por que? 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Lagartinhos

Olá. Ontem, eu contei que temos bichos da sala de ciências. Hoje, vou falar sobre eles. São dois lagartos pequenos (gecko, em inglês), um macho e uma fêmea. Eles ficam praticamente o dia inteiro dentro de suas casas, que são separadas e fechadas. O macho chama-se Stewie e a fêmea Middle Night (meia-noite). Eles comem grilos e minhocas. A fêmea é bem mais gordinha do que o macho. Eles são muito fofos. Adoro segurá-los! Eles não têm orelhas, só buracos no lugar onde temos orelhas. Se você olhar bem no fundo do ouvido, vê que a cabeça é oca e, se olhar meio de lado, da para ver um pedaço de uma coisa que parece ser o cérebro.



Para cuidar deles, primeiro você tem que tirá-los de dentro das casinhas, além de pegar as casinhas e o tronco para colocar dentro de uma sacola - isto é para evitar que tenha grilos pulando pela sala. Depois você pega uma balança bem pequena e pesa cada um dos lagartinhos, anotando o peso, a data e o seu nome (pessoa que os pesou). Então, você joga a água e os restos de comida no lixo. Daí você coloca nova bebida e comida para eles, ou seja, minhocas e grilos. Nós temos uma criação de grilos e minhocas em potinhos para poder alimentar os lagartinhos. Bem, depois disso, você pega o pote que a fêmea fica, onde tem terra, borrifa água e mistura a terra com a mão. Isso é porque ela gosta da terra bem úmida. No canto do aquário e onde eles costumam fazer suas necessidades. Você precisa pegá-las com uma colher e colocá-las no lixo. Então, é só colocar todas as coisas de volta no aquário. Mas antes, é bom segurar um pouquinho cada um deles e fazer carinho na cabeça, para alegrá-los. Eles são muito fofos mesmo!

E você, também cuida de um bichinho que normalmente não é domesticado? Se sim, avise-me porque eu adoraria saber mais sobre ele ou ela.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Três maneiras de evitar o frio

O Canadá é super frio, como todos devem saber!
Bem, eu odeio o frio. Então, criei várias maneiras de evitar o frio na minha escola - já que não se pode ficar dentro do prédio da escola durante o pátio. 

Imagina! Ficar neste gelo durante meia hora!

1. Inscreva-se em vários tipos de trabalhos voluntários e, se tiver um dia em que o seu trabalho voluntário não vai acontecer, inscreva-se em outro trabalho voluntário para aquele dia. Por exemplo, esta semana eu estou na equipe que esta fazendo cartazes para Earth Hour (Hora da Terra) onde pessoas do mundo inteiro irão desligar suas coisas elétricas por uma hora inteira. O meu cartaz é para incentivar as pessoas a não desperdiçar energia.
2. Fique sentada no chão do banheiro desenhando, escrevendo, ou conversando com uma amiga. E se alguém vier perguntar o que você esta fazendo, invente uma resposta como "estou terminando uma tarefa atrasada" - isso sempre funciona - ou qualquer coisa. 
3. Inscreva-se para cuidar do bichinho da turma de ciências. Na minha escola tem dois lagartos para observarmos o crescimento deles, mas talvez na sua escola não tenha.

Minhas dicas têm resultados variáveis dependendo da sua escola.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ilha Escola - Introdução ao banho

Esqueci de comentar...
No nosso primeiro dia no Ilha Escola, as garotas foram para o banheiro para aprender as regras de como usá-lo. Uma garota muito patricinha estava na minha frente na fila, segurando uma bolsinha cheia de cremes, shampoo e sabonetes. Então, veio uma mulher para introduzir as regras sobre como tomar banho ali. Ela disse:
- Ok. Depois que você apertar esse botão, o chuveiro vai ficar ligado durante 2 minutos.
A menina patricinha exclamou, espantada:
- O que?! Na minha casa eu costumo ter meia-hora de banho!!!
Ela falou isso extremamente braba e espantada, ao mesmo tempo. Daí a mulher da Ilha Escola respondeu de forma bem direta:
- I`m sorry, BUT you are NOT in your home any more (quer dizer... Que pena, mas você não está mais na sua casa.)
O jeito como ela falou foi tão direto que pareceu até grosseiro para mim. Mas as pessoas daqui costumam dizer o que pensam bem assim. Eu mesma já fiquei ofendida várias vezes por causa disso.

Lição do dia:
No Canadá, as pessoas têm dificuldade de demonstrar seus sentimentos (ou eu tenho dificuldade de entender como elas demonstram seus sentimentos, como eu disse num outro post), mas têm facilidade de demonstrar seus pensamentos. No Brasil, é o oposto.

sábado, 19 de março de 2011

Black Creek Pioneer Village

Local onde se fazia trabalhos com chapas de metal, como jarras e lamparinas.
Tinham folhas de EVA com velcro para as crianças experimentarem montar estes objetos

 Hoje eu e meus pais fomos no Black Creek Pioneer Village (vejam o site). É a simulação completa de vila de 1867. Este foi ano em que o Canadá começou a ser chamado Canadá. Foi quando houve o ato de confederação, unindo algumas das colônias britânicas daqui. Na vila, as casas e os móveis eram daquela época, e as pessoas fingiam ser daquela época também. Vi uma mulher fazendo fio com lã de ovelha e outra explicando como eram as famílias naquela época. 
Escola da vila.

Outra casa era uma escola e o "professor" estava fazendo ditado com as crianças (que eram visitantes como eu) sentadas nas carteiras. As crianças tinham que escrever a palavra em um mini quadro-negro que se usava antigamente como caderno. Quando elas terminavam de escrever, mostravam o quadro ao professor, mas depois tinham que apagar para poder escrever a próxima palavra. Ou seja, não dava para levar o "caderno" para estudar em casa, como fazemos hoje em dia.

Cavalo gigante!
Tinha outras casas na vila. Em algumas, você podia entrar. Tinha casas pobres e casas ricas. Algumas pessoas rodavam a vila fazendo passeio de carroça. Os cavalos eram de uma raça diferente, eram muuuito grandes, mas o rabo era cortado tão curto que nem pareciam ter rabo. Havia algumas ovelhas, mas elas realmente precisam de um belo banho. De qualquer forma, eram lindas.

Ovelhas, direto para o banho!
Tinha um homem explicando sobre tipografia. Descobri que, naquela época, para você fazer o jornal, tinha que pegar letrinha por letrinha, bem pequenininhas, e colocar numa espécie de molde de parágrafo para montar cada parte do texto. As letras têm que estar ao contrário – porque quando você for imprimir sobre o papel do jornal, o parágrafo vai ficar do avesso do que está no molde, o que é o nosso normal. Para montar um parágrafo, a pessoa demora praticamente uma hora. Imagina!
Óculos 3D
Eu achei a vila muito legal, especialmente uma parte que eu esqueci de mencionar: um museu com maquetes de casas ricas e pobres daquela época, e até um açougue. Lá também tinha vários tipos de brinquedos daquela época. Vimos um brinquedo que tinha duas fotos ou desenhos idênticos, um ao lado do outro, num suporte preso a uma espécie de óculos. Quando você olhava as fotos através dos óculos, você via apenas uma imagem, mas ela se ficava em 3D. Eu olhei num desses óculos. Uma moça me disse que até a rainha, a rainha da Inglaterra, tinha um destes óculos para passar o tempo.

 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Frozen Yogurt

Eu adoro comer frozen yogurt. O meu tipo favorito é morango com chocolate. Aqui no Canada é mais cremoso, mais gelado e você pode sentir mais o azedinho do iogurte. No Brasil permite ter cobertura, como de chocolate, mel ou doce de leite. Aqui no Canadá só tem calda de fruta - mas eu não gosto. Então um compensa o outro.
Ultimamente eu tenho tomado muito frozen yogurt, por que isso é uma das melhores sobremesas que eu já comi.

AMO FROZEN YOGURT!!!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Morango achocolatado

Olá! O que vocês estão vendo é um delicioso Morango achocolatado, um prato que eu mesma inventei.
Para fazer você precisa de:
  • Garfo
  • Ralador
  • Chocolate ao leite
  • Morangos
  • Biscoitos recheados de chocolate
  • Faca
  • Tábua
Para fazer:
  • Pegue a quantidade de morangos que você quer comer.
  • Depois corte os morango pela metade em cima da tábua.
  • Bote os pedaços de morango no canto da tábua.
  • Então, rale o chocolate ao leite.
  • Pegue dois biscoitos e abra.
  • Raspe o recheio dos biscoitos.
  • Pegue o recheio e faça uma bola.
  • Pegue os pedaços de morango e bote no meio do prato.
  • Cubra os pedaços de morango com o chocolate ralado.
  • Coloque a bola do recheio do biscoito em cima dos morangos e do chocolate ralado.
  •  Por fim, bote os biscoitos ao redor do prato e comece a comer.
Eu criei esta sobremesa porque adoro experimentar sabores de sobremesas.

Bom Apetite!!! : D

terça-feira, 15 de março de 2011

Picole de cóccix

Hoje eu fui patinar no Harbourfront. É um lugar bem legal na borda do Lago Ontário, onde costuma ter eventos de música e artes. Na parte aberta, tem um lago onde podemos brincar de canoa quando o tempo está quente. Agora, no inverno, ele é transformado em pista de patinação no gelo. Foi lá que fui hoje.  Estava fazendo zero graus, mas estava quente (para o padrão canadense, é claro :-)   Tinha muito sol e um vento quente vindo do lago. Foi bem legal.



... mas eu caí feio sentada no gelo, com os pés para o ar.
Doeu muito e continua doendo. Acho muito possível que eu tenha quebrado MAIS uma vez o meu cóccix. Ano retrasado isso aconteceu, depois que um garoto da escola me empurrou e eu caí numa pedra. O médico disse que se depois de dois meses sentada em uma almofada (para evitar que o cóccix fosse pressionado) e fazendo repouso a dor deveria passar. Eu continuei sentindo dor, mas era tão leve que eu ignorei e até hoje o meu cóccix é meio estranho.

Eu desejo que...
Assim como existe o capacete para proteger a cabeça, inventem um "bundacete" para proteger a bunda. Imagina... seria como dois capaceter, grudados, amarrados na sua bunda.

Dica do dia:
Enquanto não inventam o bundacete, patinem com um travesseiro amarrado na bunda.

segunda-feira, 14 de março de 2011

ÁGUA

Máquina do ciclo da água: na parte superior tinha o gelo e um cano que levava  a água derretida para um outro andar, no andar médio tinha água e um outro cano para escorrer para a parte mais baixa, onde tinha uma superfície muito quente que transformava a água em vapor.
Hoje eu fui ao ROM ver uma exposição sobre a água. Tinham várias coisas interativas, vídeos e muitas para ler. Tinha de tudo: animais que não tomam água (como o rato canguru), uma máquina que mostrava o ciclo da água, dicas sobre como produzir energia a partir da água, onde estão as reservas de água em cada país, etc. Foi muito legal, divertido, e eu aprendi muito. Por exemplo, descobri que o Brasil tem a maior reserva de água doce por habitante de todo o mundo.
Outras coisas...
Tinha um vaso com água dentro (igual ao que as mulheres da Índia carregam) e as pessoas podiam tentar levantar. Eu tentei e consegui, mas era muito pesado.
Também tinha a "mesa da chuva". Era do tamanho de seis telas de TV de 32 polegadas, uma ao lado da outra, deitadas, formando uma mesa digital enorme. A imagem que ficava nas telas era um mapa (visão aérea) da região dos Estados Unidos onde fica Seatle. No mapa dava para ver as montanhas, as cidades e os locais onde ocorrem os rios. Mas estava tudo seco, sem água. Sobre a mesa tinha um objeto, uma espécie de carimbo em forma de nuvem. Quando você batia o carimbo numa parte do mapa, chovia ali. Se você fizesse isso no topo das montanhas, caia pouca chuva (imagino que é porque a água fica congelada). Se fizesse nas cidades, a água demorava a escorrer. Mas se fizesse nos locais onde geralmente correm os rios, a água escorria bem rápido para a linha dos rios e, depois, para fora do mapa (como se fosse o oceano).
 Eu encontrei a minha professora de inglês como segunda língua (ESL, English as Second Language) lá.
Na lojinha da exposição, eu vi um filhote de urso polar de pelúcia. Pedi para os meus pais para eles me darem 20 dólares para eu comprar. Eles ficaram tentando me convencer a usar o dinheiro para comprar outra coisa. Eu ainda estou pensando naquele ursinho lindo!

Lição do dia:
NUNCA escute os seus pais quando eles falam sobre bichinhos de pelúcia lindos.

sábado, 12 de março de 2011

Prova de Matemática

Na quinta-feira passada tivemos uma prova de matemática. Tínhamos 2 períodos para fazer a prova, mas eu terminei em 1 período e meio. No final do segundo período a professora perguntou quem não havia terminado a prova. Metade da sala levantou a mão. Ela disse: quem não terminou, depois do lanche, na hora do pátio, voltem para terminar. No dia  seguinte teve uma garota que ficou sentada no fundo da sala. Eu fui perguntar o que ela estava fazendo e ela me disse que estava terminando a prova. 
Isso me surpreendeu porque o conteúdo da prova era moleza. Eu já tinha estudado no Brasil. Era gráficos e medidas. Eu só demorei um pouco porque revisei as palavras que eu tive que escrever em inglês.
A maioria dos conteúdos da aula de matemática, eu já estudei no Brasil. Tem alguma coisa nova, alguns detalhes. Mas a maioria eu já vi. Tanto é que eu mostrei para a minha turma  uns conteúdos que eles nunca tinham visto. Eles ficaram com uma cara de surpresa ao me ouvir falando de expressão matemática. Eu adoro fazer esse tipo de conta! A professora até me deixou fazer uma no quadro. Resolvida, ela fica com a forma de uma pirâmide de cabeça para baixo. 

25 x 100 + (87 - 29) x 26 + 27 x (65 x 5)
25 x 100 + 58 x 26 + 27 x 325
2.500 + 1.508 + 8.775
4.008 + 8.775
12.783

sexta-feira, 11 de março de 2011

Último dia de aula

Hoje foi o último dia de aula antes das férias de março (March Break). Faltando 5 segundos para terminar a aula, os alunos fizeram uma contagem regressiva e, assim que o sinal tocou, começaram a bater palmas, subir nas cadeiras e gritar de alegria. Eu fiquei surpresa, parada, pois eu não imaginei que eles seriam tão espalhafatosos para uma coisa tão simples. As férias de março duram apenas 1 semana!!! Imagina como eles vão reagir quando chegarem as férias de verão: 3 meses sem aula! Na verdade, depois que voltarmos do March Break, só teremos 9 semanas de aulas antes das férias de verão.
Férias de verão, heeeee...


Lição do dia:
Mesmo em países rígidos pode haver diversão :D

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dance a Thon

Hoje teve Dance a Thon na minha escola. Era para termos natação no final do dia de aula, mas fomos para o ginásio e aconteceu o Dance a Thon. Assim que passávamos pela porta do ginásio, duas garotas nos davam algumas pulseirinhas que brilhavam no escuro. Lá dentro estava tudo escuro. Mas tinham holofotes girando e lançando luzes por todo o lugar. Também tinha um DJ e a música era bem alta. Todos estavam dançando. Era uma multidão! Você pode imaginar: a minha escola tem 700 alunos e acho que mais da metade estava lá. Quem cansava, ficava um pouco sentado nos fundos, conversando. Quem não gostava de dançar, ficava correndo pela multidão, tipo... brincando de pegar. Mas a grande maioria ficava dançando, mesmo os meninos. Ficamos dançando, sem parar, por mais de 1 hora. 
Eu já tinha visto um cartaz na escola falando desse evento. Mas eu não fazia ideia de que seria algo assim. Então, quando eu entrei no ginásio, fiquei muito surpresa e maravilhada. O fato de estar na escuridão, com luzes voando, pulseirinhas brilhantes (e as crianças jogam elas pelos ares), e tudo isso dentro da escola, dava a sensação de estar entrando num lugar mágico e divertido. No inicio, não dancei, já que não é legal dançar sozinha e eu não sou do tipo que vai invadindo um grupinho. Mas logo umas garotas vieram me chamar para dançar com elas. Eu fui. Depois, fui dançar com uma outra amiga minha, a Canbleo.
O evento foi extremamente exaustante, mas muuuito divertido. Adorei!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Guerra de comida

Hoje, na hora do almoço, fiquei com uma mesa só para mim durante dez minutos. Foi quando umas garotas que se odiavam, por falta de opção, tiveram que dividir a mesa comigo e uma com a outra. Cinco minutos depois, elas começaram uma guerra de comida. Uma jogava restos de macarrão na outra e esta botava picles na garrafa de água daquela. Só sei que elas ficaram muito sujas, não foram pegas e eu tive que improvisar um escudo para não me sujar também.

Lição do dia:
NUNCA, NUNCA sente numa mesa com duas arqui-inimigas.

domingo, 6 de março de 2011

Professores

Eu noto que aqui no Canadá os alunos têm pouco contato com seus professores. Já no Brasil os professores são mais piadistas e menos rígidos. Pessoalmente, prefiro os professores brasileiros, mas sem preconceito. Alguns dos meus professores daqui são muito legais, especialmente as minhas professoras de Ciências & Estudos Sociais e a de Matemática & Matérias Gerais (Inglês, Saúde e outras coisas). A professora de Ciência é bem "doidinha". Por exemplo, ela fica correndo e se sacudindo toda para mostrar para a turma como ficam as moléculas de gás num container aberto. A professora de Matemática adora ouvir histórias e é bem compreensiva. As duas têm muito a ver comigo, mesmo assim elas são diferentes entre si.

Lição do dia:
Temos dentro de nós lados muito diferentes, como o Yin-Yang. Dentro de um lado sempre tem um pouco do outro.

sábado, 5 de março de 2011

Ilha Escola - parte 3

De manhã me vesti cansada e sem energia. Liguei para os meus pais que me deram instruções do que fazer e deduziram porque aquilo (eu ter vomitado) tinha acontecido. Fui tomar café. Comi dois potes de cereal e tomei um pouco da água. Continuei sem energia. 

Alimentando a bicharada
Alimentando passarinho.
Fomos fazer um passeio pela floresta, numa trilha enorme. No meio da floresta demos comidas aos passarinhos. A professora colocava sementes de girassol nas nossas mãos e eles vinham fácil. Eles lutavam pela minha mão. Foi engraçado, pois fazia cócegas, além de beliscar um pouquinho a minha mão. Mas a cena foi maravilhosa!
Na volta, almoçamos. O meu rio de lágrimas veio mais cedo neste dia - que sorte que ninguém notou. Pensei: que bom que AMANHÃ eu irei ver o papai e a mamãe, ouvir a voz deles no telefone já foi uma delícia.
À tarde, fomos a uma fazenda. Lá aprendemos como se cuida de animais, como alimentar o gado e dar comida para 100 patos ao mesmo tempo! Na verdade, eu acho que tinha mais de 100 patos ali... mas, tudo bem. 
Alimentando patos
Na volta o Mr. Gy (professor de educação física da minha escola) me perguntou se eu estava gostando da comida. Eu menti dizendo que sim. Ele fez uma cara de desconfiado e eu admiti que estava odiando. Ele disse que também estava. 
Pouco antes de chegarmos ao acampamento da Ilha Escola, o Mr. Gy me pediu para subir num trator - veja que estranho, só por eu ser brasileira, ele achava que eu já havia subido num trator. Fala sério!!! Ele acha que todo mundo no Brasil vive em fazenda? Acha que o Brasil é um país  todo verde? Pena que ele está mais para um país cinza. Continuando... o Mr. Gy só queria tirar uma foto de todo o grupo dos corvos perto do trator. Veja que legal!
Os corvos. Eu estou na direção!
Na volta, tive o pior jantar da minha vida: hambúrger com vegetais no pão integral. A atividade noturna foi uma mini-olimpíada com vários jogos esquisitos. Um era um tipo de basquete, o outro era uma espécie de hockey. O objetivo de cada jogo era o que eu já conhecia (ex: no basquete, colocar a bola na cesta), mas o jeito de fazer isso era diferente. No basquete, você ficava em fila e só tinha que atirara a bola. Se acertasse atirando de costas, marcava o dobro de pontos. Meu time ganhou. 

No quarto, chorei de felicidade porque no dia seguinte iria ver os meus pais. Daí todos me deram atenção. Você nem imagina com eu estava EXTREMAMENTE FELIZ de pensar que no dia seguinte eu iria ver os MEUS PAIS.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ilha Escola - parte 2

No segundo dia de Ilha Escola, acordei e fui comer. O café da manhã até que era razoável lá. Nesse dia, teve até ovo cozido.

Jogo do mapa
Meu grupo no jogo do mapa, o lago congelado e Toronto ao fundo.
Depois do café, nós (os corvos) fomos para uma outra ilha, que era minúscula. Quando chegamos, houve uma reunião para formarmos pares. Cada dupla recebeu um álbum de fotos dali, uma prancheta com um mapa e uma bússola. Nós tínhamos que andar pela ilha, identificar os lugares com as fotos e marcar o número de cada foto nos pontos do mapa. Foi divertido! Depois, brincamos na neve. Daí eu descobri que se você fizer uma bolinha de neve e rolar ela sobre a neve, ela vai conectando com mais neve, ficando uma bola enorme.
Quando voltamos para a Ilha Escola, fomos almoçar. Tinha hambúrguer num pão horrível. Então, só comi a carne.

Jogo da vida selvagem
Correria no pega-pega dos bichos.
Depois do almoço fomos brincar de pega-pega especial. Tínhamos que fazer de conta que éramos animais selvagens, correndo entre as árvores, escondendo-se em troncos ocos... Eu realmente me senti um animal!
Cada um de nós ganhou uma folha, dizendo o que o seu tipo de animal comia. Eu era um mamífero pequeno. Se eu fosse pega por um carnívoro, eu perderia uma das minhas 8 vidas e teria que dar uma carta (porque cada carta representa uma vida) para quem me pegou. Esta pessoa passaria a ter uma vida a mais no jogo.  Se eu visse uma placa com o desenho de alguma coisa que eu comia, eu teria que ir correndo até ela e carimbar (porque cada placa tinha um carimbo diferente, pendurado por uma cordinha) a minha folha. Por isso eles chamavam esta folha de estômago. No final, as professoras viram quem não tinha mais vida e explicou sobre a vida selvagem.

Depois jantamos. Nem me lembro o que comemos. Mas deve ter sido a mesma gororoba de sempre. Tivemos jogos e brincadeiras antes de dormir. Antes de conseguir pegar no sono, fiz rios de lágrimas de saudades dos meus pais novamente :(

Efeitos da gororoba
De madrugada, acordei. Estava com dor de estômago. Bebi muita água. Uma hora depois, acordei novamente, a dor de estômago tinha piorado. Fui para o banheiro e me sentei na privada... achei que ia vomitar... mas não tinha forças para abrir a tampa da privada... vomitei no chão mesmo, na frente da privada! Para sair do toalete, tive que colocar as mãos e pés nas paredes, escalando como uma aranha.  Lavei a boca e fui chamar a professora. Bati na porta do quarto dela, mas ela não acordou. Bati mais forte e sentei para esperar. Logo ela veio. Eu mostrei o que tinha acontecido e ela ficou com uma cara bem assustada. Ela colocou um lixo ao lado da minha cama e disse que ligaria para os meus pais de manhã.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ilha Escola - Parte 1

Entrada da Ilha Escola
Hoje não aconteceu nada de muito especial. Em dias assim, vou aproveitar para contar coisas interessantes que aconteceram aqui antes de eu começar este blog. Começarei pelo passeio que fiz à "Ilha Escola", em janeiro deste ano. Foi realmente uma imersão no Canadá. Fiquei quatro dias longe dos meus pais e de qualquer outra pessoa que não fosse daqui.

Eu era um corvo!
O primeiro dia começou com uma irritante viagem de ônibus até o porto, onde pegamos um barco para uma pequena ilha do Lago Ontário. Assim que chegamos à Ilha Escola, fomos divididos em grupos chamados: libélulas, ursos, raposas, aranhas e corvos. Eu era um corvo, mas queria ser uma libélula. Tinha uma sala comunal, dividida em partes para fazer reuniões de equipe - o meu adorava se reunir para brincar de adivinha o nome do filme. Em cada canto, tinha a imagem dos animais para identificar um grupo. Durante o tempo que fiquei na ilha, notei que cada grupo fazia uma atividade diferente de cada vez. 

Depois que já sabíamos de que grupo éramos, fomos conhecer o dormitório feminino. O quarto era enorme, assim como a minha cama. Era muito grande! Assim que você entrava, via vários beliches e armários com gavetas, prateleiras e cabides, além de tapetes para colocar nossos chinelos. Os colchões eram forrados com capas plásticas (que estranho!), mas todas nós trouxemos saco de dormir, travesseiro e cobertor. Quando você entrava no quarto, também via duas portas. A primeira dava para o dormitório das professoras (que era um pouco mais chique que o nosso) e a segunda para o banheiro. No banheiro tinha três toaletes, três pias com um grande espelho na frente e um murinho que separava a parte dos chuveiros. No fundo, tinha uma porta que dava para o outro lado do quarto. Depois de conhecer o dormitório, fomos almoçar.

Sala da gororoba
O que eu menos gostei de fazer na Ilha Escola foi comer, porque a comida parecia uma gororóba. Eu descobri isso já no primeiro almoço, que para mim foi uma comida horrível: macarrão frio com biscoito de limão.
De qualquer forma, a "sala da gororoba" era bem organizada. Cinco minutos antes de cada refeição, um grupo ia para lá arrumar as cadeiras e mesas. Quando você entrava, tinha que localizar quais eram as duas mesas do seu grupo. Outra regra era: todas as mesas tinham que ser mistas, ou seja, misturar meninos e meninas. Depois de escolher um lugar, você tinha que ficar parado em pé, atrás da cadeira, esperando que as crianças que costumam rezar antes das refeições pudessem fazer isso. Depois, cada grupo era chamado para pegar a sua refeição (aquilo que era obrigatório comer) e um opcional (tipo salada e molhos).  O primeiro grupo a ser chamado era o que tinha arrumado as mesas. 
A cada refeição a cozinheira dava um prêmio (um bichinho de pelúcia e um adesivo) para a mesa mais silenciosa e mais unida, quer dizer, onde as pessoas eram mais  amigas e colaborativas. Também acho que contava  a limpeza da mesa, pois tínhamos que separar o lixo entre líquidos, sólidos vegetais, coisas feitas a partir de leite (como massa e queijo) e lixo de papel (guardanapo). O bichinho de pelúcia fica na mesa até a próxima refeição. O adesivo, você podia colocar num enorme mural com o número da sua mesa (a minha, era a mesa 4).

Parecia que os meus pés iam cair!
Depois do almoço voltamos ao dormitório. 1:30 da tarde já tínhamos escolhido as camas - eu fiquei na parte superior de um beliche, que por sorte era perto do banheiro -, tirado as roupas das malas e guardado tudo nas gavetas. Então, o meu grupo foi para a rua, e ficamos lá toda a tarde. O meu pé quase caiu de tão gelado que ficou, mesmo usando bota especial. Lá tinha muita neve, mais do que em Toronto, e era mais frio e úmido também, acho que por ser ilha.
Farol da Ilha Escola
Primeiro fomos ver o farol da ilha. Lá, ouvimos uma história de terror sobre um homem que foi morto no farol (na verdade, eu não consegui entender bem, porque a pessoa que contou usou um vocabulário que eu não tenho ainda). Mais tarde, jantamos e todos os grupos foram dar uma enorme e cansativa caminhada até o porto e depois ao labirinto. Imagine que isso tudo foi a noite! E naquele frio! Corremos pelo labirinto, que era pequeno, mas fechado no alto (era como se as plantas formassem um teto sobre a nossa cabeça). Eu consegui chegar ao centro e sair do labirinto 4 vezes.

Quando voltamos ao prédio da Ilha Escola, tomamos banho e fomos para o dormitório. Eu estava com tanta cara de sono que a professora me usou para convencer os outros a dormir e não festejar durante a noite. Na cama, eu fiz um rio de lágrimas, com saudades dos meus pais. Mas eu pensava: sei que amanhã será melhor!