O dono perdido

Há uns dois meses atrás, eu estava andando com os meus pais em direção ao ROM para ver uma nova exposição - aquela sobre água. Ao lado do prédio, encontramos o maior boneco de neve que já vi na minha vida! Não sei quem o construiu, mas parecia que o dono já tinha ido embora há muito tempo e é bem alto, pois conseguiu colocar uma cabeça tão alta. O boneco de neve era mais alto do que eu. 

Ao ver o boneco, eu fiquei um pouco triste. Vi que o "dono perdido" tinha conseguido fazer um boneco daquele tamanho, algo que eu queria ter feito, mas não fiz (como já contei no outro post). É muito trabalhoso pegar e modelar tanta neve :-(

Por outro lado, fiquei super animada de ver o boneco feito. Tão animada que resolvi dar uma mãozinha para ele. Botei uma bola de neve na ponta de cada graveto dos braços para fazer as mãos :-)

Lição do dia:

Se quiser muito fazer uma coisa, faça!!! E se a coisa for muito difícil, peça uma mãozinha a alguém.

Brincando de arqueóloga

Hoje, na aula de Estudos Sociais, fizemos uma atividade de arqueologia. A professora deu fotos de artefatos egípcios para cada grupo e nós tínhamos que descobrir: para fazer o que cada objeto servia, quem o usava, em qual parte da casa ele ficava e como ele funcionava. Atrás de cada foto tinha o tamanho, a data e uma pista sobre o objeto - por exemplo, "isso era usado para entreter os amigos e a família". Uma das fotos do meu grupo era de uma xícara. Ela era preta, muito bonita e decorada. Eu vi que os egípcios eram muito criativos e tinham uma ótima ideia de design. Considerando a xícara que eu vi, acho que eles gostavam muito de usar a imagem de animais em suas coisas. Eu já sabia que eles veneravam deuses com cara de animais, mas não imaginava que eles colocassem a cara de um bode numa xícara =)

Essa atividade me lembrou uma brincadeira do ROM (Royal Ontario Museum) que participei no dia do meu aniversário. Tem uma sala com três enormes caixas com areia e óculos e pincéis de arqueólogo. Nós podemos pegar as ferramentas e começar a tirar a areia para encontrar réplicas de esqueletos de dinossauros que estão enterrados dentro das caixas. Você precisa ter muita paciência, principalmente para tirar a areia das frestas entre os ossos. Isso dá um trabalho... Mas fiquei muito empolgada fazendo. Foi muito legal!

Nunca vi um museu tão divertido como ROM. Essa brincadeira é tão legal que dá em qualquer um vontade de ser arqueólogo! Eu me senti uma arqueóloga e me imaginei no meio do deserto... :D

Chegando no Canadá!

Quando eu e a minha família chegamos no Canadá, ficamos na casa da Kathie, uma mulher que tem uma casa antiga (com 100 anos) e grande, de três andares. Ela mora com seus dois filhos lá e aluga um andar da casa para pessoas que vêm estudar aqui. Ela disse que faz isso porque adora conhecer pessoas de várias partes do mundo. Foi um aluno do meu pai, do Brasil, que conheceu a Kathei e deu a dica para ficarmos na casa dela até encontrarmos um apartamento para alugar. Foi legal ficar lá por 15 dias, pois a Kathie é muito atenciosa e eu adorei conhecer os filhos dela. Agora que eu conheço outros canadenses, noto que a família da Kathie é mais aberta que a maioria das pessoas daqui.

No meu 4 dia na casa dela, foi o meu aniversário. Um dia antes, a Kathie ficava dizendo que seria um aniversário muito especial porque eu iria ter dois dígitos pela primeira vez, quer dizer, 10 anos.  Ela perguntou o que eu gostaria de fazer para comemorar e eu respondi que queria ir no zoológico porque adoro animais. Ela achou legal, mas destacou que no dia seguinte iria estar chovendo (a previsão dizia isso). Então, lembrei que eu nunca tinha visto esqueletos de dinossauros antes e gostaria de ver. Daí a Kathie sugeriu o Royal Ontario Museum. 

No dia seguinte, quando acordamos, fomos todos para o ROM! Foi MUITO divertido - apesar de que eu imaginava que os dinossauros fossem maiores ainda.

A Kathie saiu mais cedo do museu sem me dizer o porque. Eu nem desconfiei que ela estava indo para casa encher balões, levando 4 mini bolinhos com velinhas para  me fazer uma festa surpresa. Foi um dos meus dias favoritos. Foi um momento mágico e uma surpresa MESMO! 

Depois que saímos da casa da Kathie, temos nos encontrado muito.  Até combinamos de acampar todos juntos no verão. A Kathie e os filhos dela são muito legais!!!

Buddies

Na minha escola tem uma coisa chamada bubbies (amigos), uma aula que temos a cada 2 semanas. É quando nós (crianças do quinto e sexto ano) vamos na sala das crianças do primeiro e segundo ano. Lá fazemos atividades em 6 etapas.

1. Pegamos uma folha com um caça palavras e outra com um desenho para colorir, as duas têm o tema da época do ano.
2. Cada um da minha turma leva a criança que é o seu buddie (designado para você no inicio do ano) para a mesa dele.
3. Lá deixamos o buddie fazer o caça palavras e, de vez em quando, damos dicas, fazemos perguntas e comentários para estimular a criança, e conversamos com ele sobre o que ele está fazendo.
4. Pintamos o desenho junto com o buddie, conversando sobre o desenho e dizendo, várias vezes, que ele está fazendo um ótimo trabalho.
5. Se o buddie terminar de colorir e de encontrar as palavras, vamos com ele ler um livro.
6. Na leitura nós revezamos, cada um lê uma página. Aqui nós o estimulamos dizendo como ele está lendo bem. Se ele não estiver lendo bem, damos dicas para ele ler melhor.

Meu buddie

Quando eu chegei e tive a minha primeira aula de buddies, a professora disse que eu faria dupla com um garoto da minha turma. Fui procurar por ele e vi ele conversando com um garotinho com cabelo castanho, nariz de batatinha, com roupas sérias e boca selada, sem dizer uma única palavra.
Eu e o meu parceiro sabemos que o nosso buddie é muito quieto e tem dificuldade de se expressar, por isso conversamos muito com ele e estimulamos ele a fazer as atividades - diferente de algumas garotas que pintam o desenho para o buddie e nem o motivam a fazer o caça palavras. Eu e o meu parceiro estamos ajudando o nosso buddie a interagir mais com os outros.

Acho a ideia de buddies muito legal, já que é uma aula para aprender a ter paciência, ser colaborativo e a cuidar de alguém, como se fosse em família - é como ter uma aula sobre como criar os filhos.

Sem calças por uma hora

Hoje de manhã eu estava chegando na minha sala. Um garoto estava perguntando para a minha professora se ele podia ir ao banheiro. Ela disse que sim e que ele podia ir sozinho. Uma hora depois, outro garoto, que sentava do lado do garoto que foi no banheiro, disse:

- O xxxxx ainda não voltou do banheiro. Eu posso ir ver se ele está bem? 

  [xxxxx é para não revelar o nome dele]

 A professora respondeu:

-Ah! É mesmo! Já tinha esquecido dele! Vá ver se ele está bem!

Dois minutinhos depois, esse garoto voltou para a sala, parou na porta olhando para a professora e disse alto: o xxxxx está em um toalete, sentado na privada, com a calça abaixada, precisando de papel higiênico. Isso quer dizer que o xxxxx estava todo esse tempo (uma hora) esperando alguém aparecer para ele poder pedir papel higiênico. A turma riu da situação durante um tempo.

Daí o garoto que estava ajudando foi pegar papel higiênico na secretaria e levar ao banheiro, para dar o papel ao xxxxx.

Depois que o xxxxx voltou para a sala - eu fiquei assustada com isso - NINGUÉM, eu disse NINGUÉM, zoou dele. Ninguém comentou nada!

Se isso acontecese no Brasil seria suicídio social! O xxxxx estaria com a reputação arruinada, seria zoado de 1 semana a 1 mês. Ou seja, foi como se eu estivesse em um outro planeta!

Doces do Halloween

Eu pedindo doces.

A Páscoa está chegando e eu ainda nem terminei os doces que ganhei no Halloween. Pensando nisso me toquei de uma coisa: eu não contei a vocês sobre o Halloween daqui, algo diferente, já que esse não é costume brasileiro.
Na noite do dia 31 de outubro do ano passado eu me vesti de bruxa. Minha mãe me maquiou para eu ficar uma bruxa bem assustadora. Botei o meu chapéu preto e peguei a minha abobora - quer dizer, uma sacola em formato de abóbora. Eu estava bem empolgada, já que aquele era o meu primeiro Halloween. Estava com um enorme sorriso no rosto!

Decoração com esqueletos e tumbas.

Comecei a subir a minha rua e a ver casas com abóboras, caveiras e outros tipos de decoração - ter decoração significa que os donos da casa estão participando da brincadeira. E tinham muuuita gente nas ruas. Eu estava ansiosa para ganhar os meus primeiros doces. Assim, apertei a campainha e, sem ter nem tempo para dizer "Trick or Treating" (doçuras ou travessuras), a dona daquela casa já me trouxe uma enorme tigela com doces de todos os tipos para me dar um punhadinho.

Decoração com casal cadaver.

Vi vários tipos de decoração nas casas, até teia de aranha feita com fita durex. Algumas casas tinham caixas de som na frente, com músicas assustadoras, do tipo "TANANAAAAAA" e "UUUHA, HA, HA, HA, HAAAAAAAA".

A casa que achei mais engraçada tinha uma imagem enorme do Michael Jackson na frente e cinco fileiras com quatro zumbis, uma máquina de fazer fumaça e um telão passando o clip da música Thriller. Foi a casa mais famosa do meu bairro, todos queriam tirar fotos ali.

Decoração com bonecos zumbis e Michael Jackson.

Em outra casa, levei um susto enorme quando a dona foi até a porta vestida de bruxa. Também tinha uma casa, com porta de vidro, onde eu vi uma garotinha vestida de princesa-fada com o rosto esmagando contra o vidro da porta, esperando alguém vir para ela poder dar doces. Acho que não era a intenção dela, mas a cena era assustadora :[
Quando eu imaginava o Halloween, antes de vir para cá, pensava que as pessoas só usavam fantasias de fantasma, bruxa, zumbi e monstros. Na verdade, nem todo mundo se veste de personagens assustadores. Eles apenas se fantasiam, como no nosso Carnaval. Vi pessoas de fada, palhaço, princesa, heróis do cinema, cowboy e cowgril.
Bem, os meus pais tinham levado uma sacola para botar os meus doces, caso a minha sacola-abóbora ficasse cheia. Vocês acreditam que ela encheu 5 vezes!?

Olhem o fio dental no canto!

Quando eu cheguei em casa, espalhei tudo sobre a mesa da sala para ver quantos doces gostosos eu havia conseguido. Descobri que tinha de tudo! Chiclete, M&M, chocolate, míni tortinhas de chocolate, bala de goma e até uma bala em formato de olho assustador! O mais estranho foi encontrar uma caixinha de fio dental sabor cereja - para eu poder limpar os meus dentes depois de comer tantos doces. Legal foi como eu ganhei o fio dental: uma velhinha deu doces para mim e, quando eu estava indo embora, ela pediu para eu esperar e me deu trouxe uma caixinha branca. Eu não me toquei que era um fio dental, pois ela entregou a caixinha com o rótulo virado para baixo.
Bem, como eu disse no começo do post, ainda não terminei os meus doces do Halloween - mas o fio dental sim!!!

Meu primeiro boneco de neve

Apesar de já estarmos na primavera, hoje esfriou um pouquinho e voltou a nevar um pouco. Essa neve me fez lembrar do meu primeiro boneco de neve.

Isso foi em meados de dezembro do ano passado, depois de mais ou menos um mês nevando fraquinho. Eu e o meu pai fomos até o nosso pátio, pegamos uma pá e fizemos um monte de neve bem no meio da plataforma de madeira que tem ali. O nosso montinho de neve ficou com uns 35 centímetros de altura e eu o moldei como um cone. Botamos dois palitinhos nos lados, pedrinhas na frente e mais duas pedras no topo para fazer os olhos. Ficou uma espécie de boneco de neve. Para terminar, pedi para a minha mãe me dar alguma coisa para ficar no lugar do nariz. Ela sugeriu uma míni abobora de pescoço que parecia com uma maraca (chocalho) com o cabo torto. Pronto! Ali estava o meu primeiro míni boneco de neve.

Modelar na neve é parecido com modelar na areia. A diferença é que a neve é mais dura que areia, é parecida com areia molhada. De qualquer forma, a neve é mais fácil de agrupar e empilhar. Ela é bem mais leve do que a areia molhada.

Mesmo depois de eu ter feito o meu primeiro boneco de neve, segui com vontade de fazer outro, com o meu tamanho. Infelizmente, não fiz. Vocês nem imaginam o trabalho que dá fazer um boneco de neve. Já deu para o pequenininho, imagina para um grandão!

Dia Rosa

Hoje foi o Dia Rosa na minha escola. Esse dia começou quando, há alguns anos atrás, no dia 13 de abril um garoto foi para a escola com roupa rosa. Outro menino zombou dele e disse que rosa é cor de menina. Desde então, nesse dia todo mundo deve ir para a escola usando rosa para mostrar que, independente da cor da sua roupa, o que importa é o interior e não o que está do lado de fora.
Eu acho a ideia do Dia Rosa legal, mas também acho que isso não é tão simples assim. É uma coisa muito complexa. Eu acho que o exterior mostra o seu interior também, já que você usa as roupas e cores que tem a ver com você. Por exemplo, eu adoro usar roxo, listras e estampa de arabesco. O arabesco mostra que eu sou muito espontânea e as listras mostram a minha parte mais séria. O roxo é uma cor bem gótica, mas não é apavorante como o vermelho escarlate. Eu adoro muuuuuuuitoooooooo uma blusa que um amigo me deu de aniversário. Ela é roxa com listras brancas e arabescos. É a blusa que estou usando na foto do título do blog.
Enrosando o assunto novamente... pensei que todo mundo iria de rosa para a escola hoje. Mas quando cheguei, vi que nem todo mundo estava assim. Na minha sala só tinha um terço usando rosa. Acho que mesmo tendo uma boa razão, eles não acham tão divertido o Dia Rosa como o Dia do Cabelo Louco ou o Dia do Herói e das Celebridades, por isso não participaram tanto do evento.

Festival de Cinema de Toronto

Vou contar sobre os filmes que assisti este final de semana no festival de cinema infantil daqui (Sprockets - Toronto International Film Festival for Children and Youth). Ele está acontecendo no Tiff e vai durar até o próximo final de semana. São 5 salas de cinema e outras com atividades do tipo como fazer um filme ou uma animação stop motion e pintura de rosto.

Ontem a minha mãe me chamou para irmos. No horário, tínhamos duas opções de filme. Eu escolhi  Karla e Jonas. A história é assim: O garoto, Jonas, tinha beijado a garota, Carla, no verão. No começo do filme ela liga para ele e eles combinam um encontro no dia seguinte. Ele morava numa instituição para crianças sem pais, ou com pais que não podem cuidar delas. O sonho de Jonas é conhecer a sua mãe. Carla o encoraja a fazer isso. Eles pegam a certidão de nascimento de Jonas, descobrem o nome da mãe dele e viajam em busca da dita mulher. Então... vocês acham que eles terão um romance juntos? Será que Jonas encontrará a sua mãe? Respondam que depois eu contarei o final verdadeiro ;-)

Eu adorei esse filme. Tem muitos momentos de desafio que parecem ser sem fim. Os dois personagens principais têm que quebrar muitas regras e enfrentar perigos para realizar aquele sonho. Foi uma aventura romântica ótima! O único problema é que eu tive que ler legenda (coisa que eu odeio!!) porque o filme era dinamarquês. Mas valeu!

Hoje fomos ver outro filme, agora uma animação e falado em inglês (ufa!), apesar de ter sido produzido pela França e Bélgica. O título é Um gato em Paris. É uma das animações mais lindas que eu já vi!!! As imagens são feitas com lápis de cor e parecem estar sempre em movimento. Os desenhos são bem originais: as nuvens têm forma de amendoim e as orelhas parecem com a letra C. A linha das figuras é vermelha – e não preto, como costuma ser.

A história é sobre uma garota que ficou muda depois do assassinato do pai. A mãe dela trabalha na polícia e tem com missão principal encontrar o assassino do seu marido. Mas ela não tem um bom contato com a filha, fazendo com que o único amigo da menina seja o seu gato de estimação. Toda a família, incluindo a babá, é curiosa com o fato de que toda noite o gato sai de casa e só volta na manhã seguinte. Uma noite, a mãe sai de casa para fazer plantão e deixa a filha, já na cama, com a babá. Mas a garota levanta e sai pela janela do quarto para seguir o seu gato. Então, ela descobre que durante a noite o gato acompanha um ladrão, um homem que consegue andar pelos telhados de Paris tão rápido quanto um gato. No caminho de volta, ela vê o gangster que matou o seu pai dela conversando com seus capangas. Ela se esconde para escutar. Acaba vendo que a sua "inocente" babá é a namorada e cúmplice do maior bandido de Paris: o homem que matou seu pai. Assustada, ela tropeça e todos os homens malvados saem em busca dela para matá-la.

O que vocês acham... ela conseguirá escapar? Seu gato de estimação irá ajudá-la? Os homens malvados conseguirão pegá-la? O que o ladrão que anda com o seu gato fará nessa história? A garota conseguirá recuperar a voz? Digam suas ideias que depois eu contarei o final verdadeiro, quer dizer, o final que o roteirista criou. 

Ah! Vejam esse filme. Ele é ótimo!

Homem-bailarina

Em outubro de 2010 eu fui a uma feira internacional de arte e vi um homem usando um vestido de bailarina. No começo, eu achei que era uma mulher com cara de homem. Depois, eu vi bem o rosto dele e confirmei: era um homem. Ele ficava andando pelo evento, olhando as coisas normalmente, como se não estivesse usando aquela roupa esquisita. O mais estranho é que ninguém ficava olhando para ele.
As pessoas aqui em Toronto respeitam o modo de ser de cada um. Mas isso só entre adultos, porque entre as crianças é diferente. Por exemplo, hoje eu e a minha amiga Sonora (que se pronuncia Snora) estávamos brincando de cavalinho: uma amarrava um cachecol bem longo na cintura da outra, a que estava amarrada era como um cavalinho e corria pelo pátio da escola. É muito legal ser cavalinho porque você corre bastante e tem que pular obstáculos. Todas os alunos no pátio nos olhavam como se fossemos malucas. Mas a minha amiga não se importa com isso. O homem-bailarina é um pouco parecido com a Sonora, os dois não se importam com o que os outros pensam.
Eu vi o homem-bailarina em outro evento de arte este ano. Dessa vez ele estava usando uma saia de bailarina de outra cor, mas se comportava do mesmo jeito. Depois de uma conversa, eu e minha mãe deduzimos que o hobby dele é ir para todos os eventos de arte vestido com saias de bailarinas, só como uma brincadeira. Eu nunca vi uma coisa tão bizarra! Nunca vou esquecer. Isso sim, eu digo que, em termos de esquisitice, fica empatado com o Sem calças no metrô.
Eu espero que o homem-bailarina tenha um carro para voltar dos eventos para casa.

Sem calças no metrô ???

Vou contar algo que aconteceu dia 9 de janeiro deste ano. Eu e os meus pais estávamos voltando de metrô para casa depois de um passeio num museu...  Parecia um dia normal. Mas, na verdade, era o dia do No Pants Subway Ride (passeio de metrô sem calças). Alguma vez na sua vida você já viu dezenas de pessoas andando sem calças em um metrô? Nesse dia, eu vi!!!! 
Teve uma garota adulta que estava sentada perto de mim usando calças. Ela viu as pessoas sem calças e, lentamente, tirou as botas e depois as calças, guardou as calças na bolsa e vestiu novamente as botas. O mais incrível é que as pessoas que estavam com calça fingiam não dar atenção para quem estava sem calças. E as pessoas sem canças ficavam ali paradas, em pé ou sentadas, como se nada diferente estivesse acontecendo.
Fiquei meio apavorada, tentando entender o que era aquilo. Vi calcinhas com o símbolo da paz e amor e cuecas com caveiras. Vi até um pai que botou o filho bebê para fazer parte daquilo. Imagine que na rua estava fazendo -8 C e dentro da estação estava um pouco frio também. 
Por coincidência, foi na nossa estação que todas as pessoas daquele evento desceram e pegaram o metrô para o outro lado de volta. O evento era isso: eles só ficavam rodando pelo metrô. Nem descobri o que eles queriam com tudo isso. De qualquer forma, esse dia eu nunca vou esquecer.

Pombas vs Gaivota

Há mais ou menos 3 semanas atrás, eu fui para o Harbourfront - isso foi no dia do "picolé de cóccix". Ao lado da pista de patinação no gelo, tem bancos para as pessoas sentarem para colocar os patins e deixar suas mochilas. Naquele dia, tinha um saquinho com pedaços de queijo para lanche. Alguém tinha deixado ou esquecido isso lá. Algum tempo depois, uma gaivota subiu no banco e arrastou o saquinho para o chão. Ela ficou bicando o plástico até conseguir pegar o queijo. Uns 3 minutos depois, 4 pombas metidas começaram a se aproximar e a tentar roubar o queijo da gaivota. Depois de 2 minutos de luta a gaivota se rendeu indo embora para o Lago Ontário. As pombas eram mesmo só metidas, porque elas nem podiam abrir o saquinho ou conseguir alcançar o queijo, já que têm um bico muito pequeno. Hilário!!! Elas só eram metidas mesmo. É hilário porque, por natureza, as gaivotas comem peixes. Eu acho que deve ser difícil para elas arranjar peixes nesta época do ano, já que o Lago Ontário fica congelado no inverno e para elas deve ser difícil quebrar o gelo. Então, elas devem comer de tudo. Foi uma piada ver elas lutando por um mísero saquinho de queijo.

Ahhhhhhhhhhhhhhhh! Esqueci de contar. Lembram do "picolé de cóccix"? Bem, eu fiz um Raio X e, por sorte, está tudo bem.

Lição do dia:

Se você for uma gaivota, não dê queijo para as pombas metidas.

Dia do Cabelo Louco

Na minha escola tem Dia do Pijama, Dia do Surf, Dia do Chapéu Maluco, Dia do Cabelo Louco, Dia do Cowboy, Dia do Herói e das Celebridades, além de muito mais. Tem dia para tudo. Por exemplo, no Dia do Pijama você vai para a escola usando pijamas, no Dia do Herói  e das Celebridades você veste-se como  alguém que você admira. Nunca vi nada igual!
No Dia do Cabelo Louco minha mãe fez um penteado bem engraçado: de um lado tinha várias chiquinhas com elásticos coloridos, do outro lado o cabelo estava soltinho. Mas quando cheguei na escola fiquei abismada com os tipos de cabelos que os outros alunos estavam usando. Por exemplo, uns "explodiam" o cabelo para ficar como o do Einstein. Umas meninas colocaram laços enormes no cabelo. Uma garota botou cada mecha de cabelo dela dentro de um canudinho colorido. No início, fiquei assustada. Depois, achei muito legal.

Fico pensando se no Brasil isso não seria  considerado um mico danado. Mas isso depende muito da cultura, dos costumes e de se acostumar a fazer esse tipo de coisa. Daí tudo vira diversão!!!

Laptops

Dois dias atrás a professora nos mostrou o que tinha em uma enorme caixa de metal no canto da sala. Eram 6 laptops da Apple, 1 para cada grupo/mesa. Ela disse que nós iríamos usá-los para estudar geometria e matemática. Eu fiquei extremamente abismada. Alguma vez algum de vocês já viu uma escola pública comprar laptops dessa qualidade para os alunos estudarem? Eu não! 
Além disso, a minha sala tem um computador desktop que você pode usar para qualquer atividade e a escola tem dois laboratórios de informática com vários computadores.
Eu gostei do laptop porque ele é bem rápido e muito bonito, as imagens ficam com boa resolução... tudo fica bem bonito. Até agora nós só aprendemos como ligá-lo, fazer login, estas coisas. Na próxima aula é que começaremos o jogo de geometria. Daí contarei para vocês :D 


Ah! Apesar de hoje ser 1 de abril, isso não é mentira.
Vocês acreditam que não pode fazer pegadinhas na minha escola nesse dia? A professora disse que é errado fazer brincadeiras desse tipo com os outros. Eu achei essa regra besteira, mas tive que aceitar :(