segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rebrasilificando-me

Oi pessoal! Desculpe ter deixado vocês na mão e não ter mais escrito no blog. Estava uma loucura aqui em casa. Acabei de voltar para o Brasil. Está muito legal e, ao mesmo tempo, muito frio. Que pena que aqui não tem calefação :-(
 Mesmo estando no Brasil, vou voltar a escrever sobre a Canadá. Começarei com este post. Vou falar das coisas estranhas e diferentes do Canadá que eu nem me dava conta quando estava lá, mas que estou me dando conta agora que voltei para a nossa bagunça brasileira.

Uma coisa que eu nunca tinha notado é como tem pouco congestionamento de trânsito no Canadá, mesmo nas rodovias mais movimentadas. Lá a maior fila que eu me lembro de pegar durou 15 minutos. O mais estranho é que eu estava tão acostuma com os hábitos canadenses que achei aquela fila muito longa. Quando voltei ao Brasil e peguei uma fila de verdade, quase explodi de tão comprida. Eu tenho que pegar fila quase todo dia quando volto da aula.

Isso me fez perceber como as coisas, literalmente, fluem lá no Canadá. Eu realmente não entendo qual é o problema, por que lá funciona e aqui não. Sei que, no total, o Canadá tem bem menos habitantes (1/5) do que o Brasil, até por conta do frio extremo. Mas, mesmo assim, cidades como Toronto, Québec e Montreal são cidades grandes. Toronto tem uma população bem maior (6 vezes) do que a minha cidade no Brasil. Então, realmente não entendo por que tudo flui lá e aqui não!

domingo, 24 de julho de 2011

Órgão Splash



Hoje eu fui no museu de ciência. No jardim tinha um tubo com buraquinhos de onde saia água. Se eu tampasse um buraquinho, um dos sons de um órgão gigante que fica em frente ao cano era emitido. Como tinha dezenas de buraquinhos, dava para tocar uma música ali.
Achei muito legal e criativo. O problema é que fiquei encharcada. Isso até me lembrou o balancinho de Montreal
Eu adorei!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Loja de arte da Sophia

Ontem o meu pai me deu uma ideia para ganhar 30 dólares, vendendo as molduras que tinham sobrado de uma exposição que ele fez. Ele sugeriu cobrar 5 dólares cada uma e disse que o dinheiro seria 100% meu. Quando contei a minha mãe a ideia, ela sugeriu que eu colocasse os meus desenhos nas molduras, vendendo as molduras com desenhos e outros desenhos sem moldura. 


Sábado de manhã montei essa garage sale com a ajuda dos meus pais. Fomos para a esquina da rua do meu prédio e colocamos os quadros pequenos enfileirados embaixo da vitrine do banco que fica ali. O desenho grande que fiz, coloquei atrás da cadeira onde fiquei desenhando.

No começo, recebi dois elogios. Depois chegou uma mulher que gostou muito e perguntou se eu tinha desenhos de cachorros – as pessoas de Toronto amam cachorros. Eu disse que não, mas que podia fazer ali mesmo. Ela me mostrou uma foto dos dois cachorrinhos dela, eles estavam usando tiaras de chifres de renas de papai Noel no dia de Natal, bem engraçado. Daí ela foi comprar um café e disse que voltaria em meia hora para pegar o desenho emoldurado. Peguei o celular e liguei para o meu pai trazer meu kit de aquarela e água. Fiz o desenho rapidinho, deixei para secar e coloquei na moldura com a ajuda do meu pai. Quando ela voltou, adorou a pintura e me pagou os 5 dólares.

Daí uma das nossas vizinhas e o dono do apartamento onde moramos apareceram. Os dois gostaram muito do meu trabalho. A vizinha comprou o desenho de uma garota cantando sozinha no quarto. Ela não levou o quadro, mas disse que voltaria logo para pegar. O proprietário do nosso apartamento também disse que ia voltar mais tarde para escolher um quadro.

Daí, apesar de já ter vendido dois quadros, comecei a ficar triste. Ninguém tinha ao menos elogiado o meu desenho favorito, da personagem Maria Sangrenta dentro do espelho. Essa é a minha terceira versão dessa imagem. Eu gosto muito dela, pois tem tensão, provoca medo. Eu fiz todo o desenho na noite anterior à exposição, quando tive insônia, usando lápis e a técnica de esfumato. Essa manhã dei os últimos retoque naquela que considero a minha melhor obra: Maria Sangrenta no espelho.

Bem, a minha tristeza não durou muito. Logo apareceu uma garota com estilo gótico, com pírcingue e tudo. Ela gostou de um dos meu trabalhos mais terroríficos, que tem uma vampira. Comentei com ela que também fazia trabalhos por encomenda e ela me pediu um desenho mais terrorífico ainda, dizendo que ia voltar logo depois de fazer o cabelo no salão. Comecei logo a trabalhar em um desenho de uma vampira usando roupa azul escuro, sufocando uma garota de camisola vermelha e sugando o sangue da menina. A cena acontecia num quarto com a janela aberta, a cortina se movendo ao vento e aparecendo uma bela vista do céu com lua cheia. Mas a garota gótica demorou a voltar para pegar.

Foi então que resolvi selecionar outras obras do meu bloco para colocar à venda. Uma mostrava uma mão tirando foto de 5 garotas que estavam ao redora de de um casal, num banco, tendo ao fundo um orfanato enorme sustentado por pilastras de madeira, apoiadas numa cachoeira.

Meia hora, ou talvez uma hora depois, a gótica voltou. Ela disse que não queria a moldura, apenas a pintura. Daí pensei que iria lucrar menos, pois achei que ela me pagaria apenas 2 dólar pela obra sem moldura. Quando ela estava pegando a pintura, viu a obra do orfanato e pediu para eu colocar aquela na moldura porque queria levá-la também. Melhor ainda, ela quis me pagar 10 dólares pelas duas obras, mesmo estando uma sem moldura!

Depois o dia ficou meio lento. Já eram 2 hs. da tarde e eu estava ali desde às 11 da manhã. Então, o dono do nosso apartamento voltou para comprar uma obra. Ele me pediu para contar a história de cada uma das obras. Os que não tinha história, eu inventei uma na hora mesmo. Daí ele escolheu exatamente a obra que a vizinha já tinha comprado, apesar de não ter levado! Eu tive que explicar isso e ele fez uma cara de surpreso. Mas ele escolheu outra obra, de uma garota loira deitada em uma colina, tendo um lago de um lado e um pôr do sol do outro. Ele me perguntou quanto era e eu disse 5 dólares. Mas ele quis me pagar 20 por ter gostado muito do trabalho. Legal!

Total das vendas: 45 dólares! 

Acho bem legal que as pessoas em Toronto costumam vender as coisas que não querem mais na garagem ou na frente de suas casas aos sábados. Você pode encontrar de tudo numa garage sale! Assim, as coisas são reutilizadas e reaproveitadas por outros. Eu nunca vi isso no Brasil e acho que poderia ter, não acham?

domingo, 3 de julho de 2011

Piscinas em Toronto

Para mudar um pouco, resolvi fazer um video-post! Conto como são as piscinas públicas aqui em Toronto, como elas são acessíveis aos cadeirantes... e muito mais.
Vejam!

sábado, 2 de julho de 2011

Último dia de aula

Hoje [quer dizer, dia 29 de junho, pois escrevi este post e esqueci de publicar no dia] foi o meu último dia de aula. Fiz e dei cartões de agradecimento para as minhas professoras de ciências e a de literatura. As duas adoraram! Também fiz cartões para as garotas da turma que eu mais gostei de conhecer. Em todos, coloquei o meu e-mail e espero manter contato com elas depois que eu voltar para o Brasil.
O que mais me surpreendeu no dia de hoje foi que, como os alunos do sexto ano estão se formando e muitos não vão mais se ver, houve uma seção de abraços. Todos se abraçando, chorando e dizendo que irão sentir saudades. Imaginem, a turma gastou um a caixa inteirinha de lencinhos de papel! Depois, fizemos uma grande fila para ir embora, mas quando chegamos no andar de baixo a professora ficou braba, pois muitos se atrasaram porque ficaram ocupados com os abraços de despedida.  No final, ficou tudo bem.
Não vejo esse sentimentalismo na minha escola do Brasil, mesmo no fim do ano. Lá é mais uma festança mesmo. Mas achei muito legal todo esse sentimentalismo. Principalmente porque abracei muito a minha professora de ciências e, pela primeira vez, tive a chance de abraçar os meus colegas. Foi um momento bem diferente dos que eu vivi no começo do ano - como comentei no post Termômetro emocional. Lembram?


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Volta da escola


Ontem meu pai me disse que ele achava que eu podia voltar da aula sozinha, já que a escola é tão pertinho de casa. Aqui, todos precisam estudar na escola que fica mais perto da sua casa. A minha, por exemplo, fica a 800 metros de casa. Além disso, Toronto é uma cidade muito segura e, na hora de entrada e saída da escola, guardinhas ficam nas esquinas para ter certeza que os carros vão respeitar os pedestres. Todo mundo da minha sala volta sozinho. Mesmo assim, eu ri da pergunta do meu pai, pois só faltam 4 dias para acabar as aulas! Depois, eu aceitei. :-)

Na ida para a escola, minha mãe me deu o celular (que é meu, mas geralmente fica em casa com ela já que não é permitido usar na escola) para eu poder ligar caso acontecesse alguma coisa na volta. Ela repetiu o velho discurso do sempre: atrevesse na faixa, não fale com estranhos, não saia da rota, etc.
A volta foi tranquila, mas saí um pouco atrasada da escola. A minha lancheira tinha ficado presa num gancho da mochila e eu tive que pedir ajuda para muita gente até encontrar alguém que conseguisse desprender. Depois liguei para o meu pai para avisar que me atrasaria. Daí fui para casa emocionada, com muito orgulho e sensação de maturidade. Continuei com o celular na mão durante todo o caminho. Fui tirando fotos minhas para botar como papel de parede do celular. Pouco antes de chegar em casa, começou a chover. Mas tudo bem, foi só pegar o guarda-chuva na mochila.

Continuo até agora com essa maravilhosa sensação de maturidade. Quero sentir isso sempre!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bate-Bate splash

Ontem eu fui ao Ontario Place, um parque que fica numa pequena ilha do lago Ontário. Lá tinha de tudo: brinquedos para bebês, cinema 4D, cinema IMAX 3D, tobogãs, passeio de barquinho... 
Mas o meu brinquedo favorito foi uma espécie de carrinho bate-bate splash, carrinho de choque na água. Os carrinhos são jet skies que ficam dentro de bóias gigantes e coloridas, para amortecer as batidas. O mais legal desse brinquedo é que, dependendo do modo como o seu jet sky bate no dos outros, você molha os outros e se molha também. Eu gostei tanto que acabei indo nele quatro vezes. Na primeira eu molhei os meus pais - rsrsrsrsrs. Nas outras três vezes, peguei um jet sky mais lento e tomei um banho. Mas não faz mal. O mais legal é rir de si mesmo se molhando com a água gelada. Principalmente porque o verão está chegando amanhã!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Casas em Toronto

Sou curiosa sobre o motivo das casas, aqui em Toronto, serem tão diferentes das casas no Brasil. Por exemplo, aqui a maioria das casas tem paredes só de tijolos. Também é comum usarem um tipo de pedra clara para decorar a entrada.
Outra coisa estranha. As pessoas daqui adoram ter cachorro grande, como da raça golden. Mas as casas não têm cerca. As pessoas deixam o cachorro morar dentro de casa.
Assim que chegamos em Toronto, eu achei que as casas fossem pequenas, pelo fato delas serem "coladas" e terem a frente estreita. Mas, na verdade, é a só a frente que é pequena. As casas são bem compridas, muitas têm jardim nos fundos. Geralmente as casas são de 3 pisos, quer dizer, dois para fora da terra e um porão (basement).
A maioria das casas não tem garagem coberta. As pessoas costumam deixar o seu carro na rua. Acho muito estranho que as pessoas se sentem seguras nesta cidade ao ponto de não ter medo de que alguém roube o carro durante a noite. No inverno deixar o carro na rua é beeem trabalhoso. As pessoas precisam acordar mais cedo para tirar a montanha de neve que cai durante a noite e cobre os carros.
 Tirando este detalhe, acho muito legais as casas daqui.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Medo de altura no Empire State

Empire State + King Kong feitos de Lego
Hoje vou contar mais um pouco sobre a viagem que fiz.
Depois de Montreal, fui para Ottawa e, por fim, para Nova Iorque.
Em Nova Iorque os meus pais, meu vô e meu tio tentaram me convencer a subir no Empire State. Inventei mil desculpas e propostas ridículas para evitar subir, tipo "posso ficar na lojinha de presentes para olhar os brinquedos?". Nada adiantou. Daí tive que admitir o meu terrível medo de altura. Mas eles me obrigaram a subir.
Assim que entramos no elevador comecei a conversar com o meu vô, para ver se eu conseguia esquecer que estava subindo tão rápido e alto. Saímos do elevador, no 80o andar, para pegar outro elevador e chegar no 86o andar. Enquanto seguíamos na fila do segundo elevador, o meu medo foi diminuindo, diminuindo... até desaparecer no momento em que vi uma pessoa vestida de King Kong sorridente. 
Quando chegamos ao 86o andar, fui logo para a varanda do Empire State e olhei para baixo. Descobri que nem era tão alto assim e perdi o meu medo de altura. O melhor é que agora tenho coragem para subir na CN Tower, a torre-símbolo de Toronto que é mais alta do que o Empire State.
Olhar Nova Iorque lá de cima é muito bonito. Também é muito legal! Parece que estamos vendo uma maquete bem realista da cidade - acho este um ótimo programa para quem odora maquetes como eu. Nesse dia a maquete estava tão realista que até tinha um incêndio num prédio acontecendo!

Lição do dia:

Se você decidir enfrentar os seus medos, talvez perceba que eles são bobos e perca-os.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Firework na formatura

Como está chegando o fim do ano letivo, o sexto ano está se preparando para a formatura - eles vão para o High School. Eles criaram uma coreografia para a música Firework. Eu amei a coreografia! É super moderna, apesar de alguns passos não terem muito a ver com a letra da música. Quando nós do quinto ano vemos a dança, logo começamos a dançar. Até fico com vontade de dar risada ao ver aquele bocado de gente tentando imitar a coreografia no canto que resta da sala, pois o sexto ano ocupa a maioria do espaço da sala para ensaiar.



Acho a música que eles escolheram muito sentimental e criativa. Sinto que nós ficamos mais abertos e felizes depois do ensaio. Também acho legal o jeito da minha professora tentando imitar os passos.

... agora não consigo parar de dançar e cantar a música. :-)

Ah! Esqueci de explicar porque o quinto e o sexto ano estão na mesma sala. Na verdade, a minha professora também é a professora do sexto ano. Nós dividimos a mesma sala de aula o ano todo, mas só nas matérias da professora regente (matemática e literatura). Mesmo assim, as atividades e conteúdos que estudamos são diferentes.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Balanço musical

Desculpem não ter escrito nas últimas semanas. Foi porque eu estava viajando!

Hoje contarei a vocês sobre o que mais gostei de fazer em Montreal, minha primeira parada na viagem: brincar com o balanço musical!


Numa praça do centro da cidade, um lugar comprido que parece uma plataforma de cimento com pessoas circulando, tem vários trios de balanços. Eles são coloridos e, quando alguém senta num deles e balança, tocam uma música. Se todas as pessoas de um mesmo trio de balanços estiverem no mesmo ritmo, quer dizer, balançando com a mesma velocidade, a música muda de ritmo.



Fiquei surpresa porque eu nunca tinha visto um brinquedo de parque tão divertido e tecnológico ao mesmo tempo, instalado na rua para que todo mundo possa se divertir. E as pessoas brincam mesmo, tanto crianças quanto adultos e idosos. Até numa noite, quando estávamos voltando bem tarde para o nosso hotel e passávamos pela praça, vi gente balançando - deu para notar porque ouvi a música de longe.

Gostei tanto da ideia que, todos os dias em que estive em Montreal, fui brincar no balanço musical. Foi muito legal sentir o vento batendo no rosto enquanto ouvia aquela música. 

Aqui está o link para a equipe que teve esta grande ideia!


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Zoológico


Ontem eu, o meu pai e a minha mãe, mais o meu avô e o meu tio que acabaram de chegar do Brasil, fomos ao Toronto Zoo. Nunca vi um zoo tão organizado e de um jeito tão diferente. Geralmente você vai num lugar que tem um bocado de cobras, depois numa sala cheia de sapos, etc. Mas no zoológico de Toronto os animais são organizados por ambiente e continente de origem. Por exemplo, os animais canadenses ficam juntos e ao ar livre. Os tropicais, da Austrália e de outros lugares quentes ficam em estufas, uma para cada lugar.

As estufas são projetadas para fazer os animais se sentirem o mais em casa possível e, ao mesmo tempo, permitir às pessoas ter uma ótima visão dos animais. As estufas têm teto de vidro, bem alto, para as pessoas e animais receberem a luz solar - que é melhor do que a luz de qualquer lâmpada. Quando você entra na estufa, sente-se numa floresta mesmo. Você anda por trilhas com chão de barro. Tem plantas que vão até o teto. Você sente um ar puro, quente e úmido, para parecer que você esta em uma floresta tropical de verdade. Também tem umas caixas de acrílico suspensas e com uma bolha no meio para você colocar a cabeça dentro. Isso te permite ver alguns animais dentro de suas casas no zoo.

Vi vários tipos de macaco. Os chimpanzés e os gorilas eram sentimentais. Um chimpanzé tentava animar o outro e o filhote dos gorilas tentava chamar a atenção de todo mundo.

Também vi água-vivas, que aqui se chamam gel fish (peixe de gelatina). O que não entendo e como elas comem e como podem ser animais se não têm cérebro. Vocês sabem me dizer?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Peer Helpers

Hoje eu me lembrei de um trabalho que tem no Canadá que eu nunca vi no Brasil. São os chamados Peer Helpers. Na minha escola, os alunos que estão no sexto ano, quase indo para o Hight School, TÊM que fazer esse trabalho junto com os professores. Eles se reservam para serem Peer Helpers durante o pátio. O trabalho de um Peer Helper é ajudar pessoas que se machucam, dar informações e dizer às pessoas o que fazer e o que não fazer. Se você estiver andando pelo Canadá e ver alguém com um colete alaranjado fluorescente escrito Sefit (Segurança), ele é um Peer Helper. Os Pier Helpers não estão só nas escolas, mas também em rinques de patinação, parques, etc..
Eu acho o trabalho de um Peer Helper muito legal. Mas acho que ser Peer Helper deve ser muito difícil.
Você já viu um Peer Helper?
Gostaria de ser um Peer Helper?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Junção de lados opostos

Aqui no Canadá eu não tenho muitos amigos. Por isso, fico me lembrando dos momentos que passei com meus amigos do Brasil.
Hoje, lembrei da festa de 10 anos que fizeram para mim antes de eu vir para cá - isso quer dizer que eu tive duas comemorações dos meus 10 anos! A segunda foi aqui em Torotno, como já contei. A primeira foi no Brasil, num boliche!
Essa festa reuniu meus amigos da escola, da família e de outros lugares. Daí eu notei que, com cada um deles, eu ajo diferente. Por exemplo, com a minha prima (que é 2 anos mais velha do que eu), sou uma garota sensível, pois gostamos de colocar todas as cartas abertas na mesa. Ela é uma ótima conselheira. Com os amigos da escola, sou guerreira, mas também companheira. Com o outro amigo, sou meio-termo. Agora imagine eu trazendo esses meus dois lados, opostos, à tona ao mesmo tempo! O amigo do meio-termo ficou apavorado e até se escondeu ao me ver brigar. Os meus amigos da escola quase morreram de susto quando me viram agindo tão "mocinha" com a minha prima. A minha prima ficou de boca aberta quando me viu ser bem espontânea e criativa com os amigos da escola. 
Pensando sobre isso, aqui em Toronto, aprendi muito. Aposto que a partir daquela festa os meus amigos também me conheceram melhor. Aquela foi uma noite que eu nunca vou esquecer.

Pergunta do dia
Você já passou por um momento em que seus lados opostos viessem à tona, ao mesmo tempo? Como foi?
 

sábado, 7 de maio de 2011

Células

Bem, quando eu fui no ROM (Royal Ontario Museum) pela primeira vez, quis aprender um pouco mais sobre um dos meus conteúdos favoritos - tirando mitologia, astronomia e artes visuais. Eu adoro as células!!! Estudei um bocado sobre elas no ano passado, no Brasil.
Num canto do ROM, tem uma zona só sobre esse assunto. Você pode dar zoom para ver, através de um telescópio, as células de plantas daqui do Canadá. Foi bem divertido ver as células. Eu não aprendi nada de novo, pois eu recém tinha chegado e não sabia inglês suficiente para ler os textos e falar com as monitoras. Mesmo assim, foi muito legal ver células novamente. Como disse no post Brincando de arqueóloga, eu me senti uma cientista nesse dia. Esse canto do ROM parece um laboratório super bem equipado. Até parece que você está vivendo a profissão daquela brincadeira.
 

Realmente, noto que ir pela primeira vez num lugar, ver algo novo, deixa você mais excitado. Daí tudo parecer melhor!

Lição do dia:

A primeira vez é sempre a melhor.

terça-feira, 3 de maio de 2011

NATAÇÃO Vs ARTES

Estou com saudades de muitas coisas do Brasil: amigos, tapioca, calor, praias, amigos, maracujá, amigos, amigos, amigos, AMIGOS! Mas este post é para falar de artes. Eu adoro artes e sinto muita falta de ter uma aula só para desenhar, pintar recorta e colar. 
Na minha turma da escola não tem aula de artes. De tempos em tempos vem um artista para nos ensinar sobre arte e dar início a um pequeno projeto. Nos últimos 7 meses eu só tive 2 aulas desse tipo. 
Amanhã irei terminar o segundo projeto. É sobre Pablo Picasso. A artista que trouxe este projeto também nos indicou um site onde podemos criar uma cabeça no estilo Picasso e ver uma galeria de cabeças feitas pelas pessoas que já foram no site. Mas o projeto que ela propôs foi feito sobre papel. Desenhamos cabeças com o formato de amendoim e divididas por uma linha, formando um nariz no meio da face. Em cada lado da cabeça, fizemos um tipo de rosto e colorimos com giz pastel. 
Este é o meu Picasso preferido!
Eu fiz três cabeças. O meu truque foi fazer alguma coisa para conectar os dois lados de cada cabeça. Nas três, eu fiz diferentes tipos de chapéu para conectar. Numa delas também coloquei uma barba e um enfeite de pescoço, do tipo da realeza. Como o Picasso não acreditava em coisas simétricas, desenhei a boca bem longe do nariz num lado da cabeça  e, do outro lado, a boca e o nariz grudados.
Eu não tenho aula de artes mas, estranhamente, além da Educação Física, tenho aula de natação toda semana. Não gosto da aula de natação porque não gosto de nadar longa distância e a água da piscina parece puro cloro! Preferiria ter aulas de artes.

E vocês, preferem artes ou natação?

Votem!

domingo, 1 de maio de 2011

Esquilos

Esquilos, esquilos, esquilos. Eu adoro esquilos.
Eles são tão fofinhos e tem tanto deles no Canadá. Quando cheguei, eles estavam recolhendo as nozes para o inverno. No inverno era raro vê-los fora das tocas. Agora que é primavera, eles estão animadérrimos em ver novamente a luz do sol e brincar. 
A casa deles fica no oco das árvores. Em quase todos os jardins de Toronto tem árvores, então os esquilos estão em todo lugar. Eles adoram correr no topo das árvores e andar nos fios elétricos, como se fossem equilibristas. Dizem que se você vê um esquilo albino, você terá muito tempo de sorte. O legal é que eu já vi um esquilo albino! 
No Brasil os esquilos não estão no meio da cidade. Uma vez eu saí com o meu tio e o meu avô em uma viagem para Ilha Bela nas férias de inverno. Quando estávamos voltando da trilha da Cachoeira dos Três Tombos, eu vi um esquilo embaixo de um carro. O meu tio até tentou tirar uma foto, mas o esquilinho saiu correndo para a floresta.
Eu acho os esquilos muito fofinhos. Gostaria de ter um de estimação, mas acho que se você chega muito perto deles eles ficam brabos e te machucam. Acho isso pela parte do filme "A fábrica de chocolate" em que a garotinha mimada tenta pegar um esquilo da fábrica e é jogada por eles no lixo.

Dica do dia:
Não arrisque tentando pegar um esquilo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O dono perdido

Há uns dois meses atrás, eu estava andando com os meus pais em direção ao ROM para ver uma nova exposição - aquela sobre água. Ao lado do prédio, encontramos o maior boneco de neve que já vi na minha vida! Não sei quem o construiu, mas parecia que o dono já tinha ido embora há muito tempo e é bem alto, pois conseguiu colocar uma cabeça tão alta. O boneco de neve era mais alto do que eu. 
Ao ver o boneco, eu fiquei um pouco triste. Vi que o "dono perdido" tinha conseguido fazer um boneco daquele tamanho, algo que eu queria ter feito, mas não fiz (como já contei no outro post). É muito trabalhoso pegar e modelar tanta neve :-(
Por outro lado, fiquei super animada de ver o boneco feito. Tão animada que resolvi dar uma mãozinha para ele. Botei uma bola de neve na ponta de cada graveto dos braços para fazer as mãos :-)

Lição do dia:
Se quiser muito fazer uma coisa, faça!!! E se a coisa for muito difícil, peça uma mãozinha a alguém.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Brincando de arqueóloga

Hoje, na aula de Estudos Sociais, fizemos uma atividade de arqueologia. A professora deu fotos de artefatos egípcios para cada grupo e nós tínhamos que descobrir: para fazer o que cada objeto servia, quem o usava, em qual parte da casa ele ficava e como ele funcionava. Atrás de cada foto tinha o tamanho, a data e uma pista sobre o objeto - por exemplo, "isso era usado para entreter os amigos e a família". Uma das fotos do meu grupo era de uma xícara. Ela era preta, muito bonita e decorada. Eu vi que os egípcios eram muito criativos e tinham uma ótima ideia de design. Considerando a xícara que eu vi, acho que eles gostavam muito de usar a imagem de animais em suas coisas. Eu já sabia que eles veneravam deuses com cara de animais, mas não imaginava que eles colocassem a cara de um bode numa xícara =)

Essa atividade me lembrou uma brincadeira do ROM (Royal Ontario Museum) que participei no dia do meu aniversário. Tem uma sala com três enormes caixas com areia e óculos e pincéis de arqueólogo. Nós podemos pegar as ferramentas e começar a tirar a areia para encontrar réplicas de esqueletos de dinossauros que estão enterrados dentro das caixas. Você precisa ter muita paciência, principalmente para tirar a areia das frestas entre os ossos. Isso dá um trabalho... Mas fiquei muito empolgada fazendo. Foi muito legal!
Nunca vi um museu tão divertido como ROM. Essa brincadeira é tão legal que dá em qualquer um vontade de ser arqueólogo! Eu me senti uma arqueóloga e me imaginei no meio do deserto... :D

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Chegando no Canadá!

Quando eu e a minha família chegamos no Canadá, ficamos na casa da Kathie, uma mulher que tem uma casa antiga (com 100 anos) e grande, de três andares. Ela mora com seus dois filhos lá e aluga um andar da casa para pessoas que vêm estudar aqui. Ela disse que faz isso porque adora conhecer pessoas de várias partes do mundo. Foi um aluno do meu pai, do Brasil, que conheceu a Kathei e deu a dica para ficarmos na casa dela até encontrarmos um apartamento para alugar. Foi legal ficar lá por 15 dias, pois a Kathie é muito atenciosa e eu adorei conhecer os filhos dela. Agora que eu conheço outros canadenses, noto que a família da Kathie é mais aberta que a maioria das pessoas daqui.

No meu 4 dia na casa dela, foi o meu aniversário. Um dia antes, a Kathie ficava dizendo que seria um aniversário muito especial porque eu iria ter dois dígitos pela primeira vez, quer dizer, 10 anos.  Ela perguntou o que eu gostaria de fazer para comemorar e eu respondi que queria ir no zoológico porque adoro animais. Ela achou legal, mas destacou que no dia seguinte iria estar chovendo (a previsão dizia isso). Então, lembrei que eu nunca tinha visto esqueletos de dinossauros antes e gostaria de ver. Daí a Kathie sugeriu o Royal Ontario Museum. 
No dia seguinte, quando acordamos, fomos todos para o ROM! Foi MUITO divertido - apesar de que eu imaginava que os dinossauros fossem maiores ainda.
A Kathie saiu mais cedo do museu sem me dizer o porque. Eu nem desconfiei que ela estava indo para casa encher balões, levando 4 mini bolinhos com velinhas para  me fazer uma festa surpresa. Foi um dos meus dias favoritos. Foi um momento mágico e uma surpresa MESMO! 
Depois que saímos da casa da Kathie, temos nos encontrado muito.  Até combinamos de acampar todos juntos no verão. A Kathie e os filhos dela são muito legais!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Buddies


Na minha escola tem uma coisa chamada bubbies (amigos), uma aula que temos a cada 2 semanas. É quando nós (crianças do quinto e sexto ano) vamos na sala das crianças do primeiro e segundo ano. Lá fazemos atividades em 6 etapas.

  1. Pegamos uma folha com um caça palavras e outra com um desenho para colorir, as duas têm o tema da época do ano.
  2. Cada um da minha turma leva a criança que é o seu buddie (designado para você no inicio do ano) para a mesa dele.
  3. Lá deixamos o buddie fazer o caça palavras e, de vez em quando, damos dicas, fazemos perguntas e comentários para estimular a criança, e conversamos com ele sobre o que ele está fazendo.
  4. Pintamos o desenho junto com o buddie, conversando sobre o desenho e dizendo, várias vezes, que ele está fazendo um ótimo trabalho.
  5. Se o buddie terminar de colorir e de encontrar as palavras, vamos com ele ler um livro.
  6. Na leitura nós revezamos, cada um lê uma página. Aqui nós o estimulamos dizendo como ele está lendo bem. Se ele não estiver lendo bem, damos dicas para ele ler melhor.
Meu buddie
Quando eu chegei e tive a minha primeira aula de buddies, a professora disse que eu faria dupla com um garoto da minha turma. Fui procurar por ele e vi ele conversando com um garotinho com cabelo castanho, nariz de batatinha, com roupas sérias e boca selada, sem dizer uma única palavra.
Eu e o meu parceiro sabemos que o nosso buddie é muito quieto e tem dificuldade de se expressar, por isso conversamos muito com ele e estimulamos ele a fazer as atividades - diferente de algumas garotas que pintam o desenho para o buddie e nem o motivam a fazer o caça palavras. Eu e o meu parceiro estamos ajudando o nosso buddie a interagir mais com os outros.

Acho a ideia de buddies muito legal, já que é uma aula para aprender a ter paciência, ser colaborativo e a cuidar de alguém, como se fosse em família - é como ter uma aula sobre como criar os filhos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sem calças por uma hora

Hoje de manhã eu estava chegando na minha sala. Um garoto estava perguntando para a minha professora se ele podia ir ao banheiro. Ela disse que sim e que ele podia ir sozinho. Uma hora depois, outro garoto, que sentava do lado do garoto que foi no banheiro, disse:
- O xxxxx ainda não voltou do banheiro. Eu posso ir ver se ele está bem? 
  [xxxxx é para não revelar o nome dele]
 A professora respondeu:
-Ah! É mesmo! Já tinha esquecido dele! Vá ver se ele está bem!
Dois minutinhos depois, esse garoto voltou para a sala, parou na porta olhando para a professora e disse alto: o xxxxx está em um toalete, sentado na privada, com a calça abaixada, precisando de papel higiênico. Isso quer dizer que o xxxxx estava todo esse tempo (uma hora) esperando alguém aparecer para ele poder pedir papel higiênico. A turma riu da situação durante um tempo.
Daí o garoto que estava ajudando foi pegar papel higiênico na secretaria e levar ao banheiro, para dar o papel ao xxxxx.
Depois que o xxxxx voltou para a sala - eu fiquei assustada com isso - NINGUÉM, eu disse NINGUÉM, zoou dele. Ninguém comentou nada!
Se isso acontecese no Brasil seria suicídio social! O xxxxx estaria com a reputação arruinada, seria zoado de 1 semana a 1 mês. Ou seja, foi como se eu estivesse em um outro planeta!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Doces do Halloween

Eu pedindo doces.
A Páscoa está chegando e eu ainda nem terminei os doces que ganhei no Halloween. Pensando nisso me toquei de uma coisa: eu não contei a vocês sobre o Halloween daqui, algo diferente, já que esse não é costume brasileiro.
Na noite do dia 31 de outubro do ano passado eu me vesti de bruxa. Minha mãe me maquiou para eu ficar uma bruxa bem assustadora. Botei o meu chapéu preto e peguei a minha abobora - quer dizer, uma sacola em formato de abóbora. Eu estava bem empolgada, já que aquele era o meu primeiro Halloween. Estava com um enorme sorriso no rosto!
Decoração com esqueletos e tumbas.
Comecei a subir a minha rua e a ver casas com abóboras, caveiras e outros tipos de decoração - ter decoração significa que os donos da casa estão participando da brincadeira. E tinham muuuita gente nas ruas. Eu estava ansiosa para ganhar os meus primeiros doces. Assim, apertei a campainha e, sem ter nem tempo para dizer "Trick or Treating" (doçuras ou travessuras), a dona daquela casa já me trouxe uma enorme tigela com doces de todos os tipos para me dar um punhadinho.
Decoração com casal cadaver.
Vi vários tipos de decoração nas casas, até teia de aranha feita com fita durex. Algumas casas tinham caixas de som na frente, com músicas assustadoras, do tipo "TANANAAAAAA" e "UUUHA, HA, HA, HA, HAAAAAAAA".
A casa que achei mais engraçada tinha uma imagem enorme do Michael Jackson na frente e cinco fileiras com quatro zumbis, uma máquina de fazer fumaça e um telão passando o clip da música Thriller. Foi a casa mais famosa do meu bairro, todos queriam tirar fotos ali.
Decoração com bonecos zumbis e Michael Jackson.
Em outra casa, levei um susto enorme quando a dona foi até a porta vestida de bruxa. Também tinha uma casa, com porta de vidro, onde eu vi uma garotinha vestida de princesa-fada com o rosto esmagando contra o vidro da porta, esperando alguém vir para ela poder dar doces. Acho que não era a intenção dela, mas a cena era assustadora :[
Quando eu imaginava o Halloween, antes de vir para cá, pensava que as pessoas só usavam fantasias de fantasma, bruxa, zumbi e monstros. Na verdade, nem todo mundo se veste de personagens assustadores. Eles apenas se fantasiam, como no nosso Carnaval. Vi pessoas de fada, palhaço, princesa, heróis do cinema, cowboy e cowgril.
Bem, os meus pais tinham levado uma sacola para botar os meus doces, caso a minha sacola-abóbora ficasse cheia. Vocês acreditam que ela encheu 5 vezes!?
Olhem o fio dental no canto!
Quando eu cheguei em casa, espalhei tudo sobre a mesa da sala para ver quantos doces gostosos eu havia conseguido. Descobri que tinha de tudo! Chiclete, M&M, chocolate, míni tortinhas de chocolate, bala de goma e até uma bala em formato de olho assustador! O mais estranho foi encontrar uma caixinha de fio dental sabor cereja - para eu poder limpar os meus dentes depois de comer tantos doces. Legal foi como eu ganhei o fio dental: uma velhinha deu doces para mim e, quando eu estava indo embora, ela pediu para eu esperar e me deu trouxe uma caixinha branca. Eu não me toquei que era um fio dental, pois ela entregou a caixinha com o rótulo virado para baixo.
Bem, como eu disse no começo do post, ainda não terminei os meus doces do Halloween - mas o fio dental sim!!!